terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Criança, a alma do negócio

Vamos pelo menos pensar um pouquinho no que estamos fazendo com as crianças de hoje?

A dica é assistir ao documentário "Criança, a alma do negócio", dividido em cinco vídeos no Youtube. Mostra como a TV e a publicidade fazem as crianças serem consumistas e se transformem em verdadeiras mini-barbies, erotizadas e maquiadas desde os quatro anos de idade, senão antes.

Há, em outros países, oficializados por lei, proibição e rígidos limites no que tange a publicidade voltada para crianças nas televisões. Talvez lá, se eles participassem da entrevista que foi feita aqui com os brasileirinhos, não responderiam que comprar é mais divertido do que brincar.

Assistam no link
http://www.youtube.com/watch?v=dX-ND0G8PRU&feature=related

Bjs,
Mariana

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Coco Avant Chanel

No filme “Coco Avant Chanel”, sobre a vida da mulher que revolucionou a moda feminina, dois romances dela foram contados. Minha mãe, que me convidou para o excelente lazer, comentou: “O primeiro a amou mais, pois ele sim quis casar com ela”. Mas, para casar, ele queria que ela parasse de trabalhar para ser sua dama. Depois, quando viu que iria perdê-la para o trabalho, aceitou que ela ficasse apenas desenhando chapéus para as mulheres de uma pequena cidade, vilarejo, sei lá o que era aquele lugar. Só sei que não era Paris, não era metrópole. O fato é que foi graças ao segundo homem de Coco (o homem que casou com outra por interesse) que a cidade das luzes, reduto de tantos fashionistas até hoje, pôde enfim conhecer Miss Chanel. Mais do que isso. Foi graças ao incentivo dele, não só financeiro, mas também moral, que a menina órfã que sonhava com o luxo investiu no seu sonho de fazer as mulheres se vestirem de maneira mais sóbria e elegante, conquistando tanto sucesso e revolucionando a maneira de se vestir. Foi graças a ele que Gabrielle desenvolveu seu verdadeiro dom. Então, quem mais a amou? O homem que a queria manter sempre perto, a ponto de poder puxá-la pelo cabresto, ou o homem que a manteve como amante, foi morar longe, mas a amou desde o início pelo que ela é? E ainda a fez investir em si mesma? Quisera eu ter um homem com H maiúsculo, que, mesmo sendo apenas meu amante, incentivasse minha arte, apostasse em mim, ao invés de me sustentar e ficar cobrando que eu me rendesse ao sistema e virasse uma cópia de saia da pessoa dele. Aí sim me sentiria amada. Mas tudo bem. Eu chego lá sozinha. E quer saber? Vai ser muito melhor assim.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Palavras presas


Hoje as palavras estão presas.
Engoli todas as sílabas.
Letra a letra, ponto a ponto.
É tanto verbo junto que fico tonta.
Não estou pronta pra conjugar.
Mas a poesia existe.
Ainda que triste por não rimar.
Só não sei com que ponto terminar.





foto de Alexandre Grand.
modelo: Renata Cunha

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Bukowski - meu vício literário

"Se for tentar, vá até o fim. Caso contrário, nem comece. Isto pode significar perder garotas, esposas, parentes, amigos e talvez, sua mente. Pode significar ficar três ou quatro dias sem comer. Congelar num banco de um parque. Pode significar cadeia, menosprezo. Pode significar zombaria, isolamento. Isolamento é a dádiva. Todo o resto é um teste de sua persistência, do tamanho da sua vontade. E você fará. Apesar da rejeição e das piores probabilidades. E será melhor do que qualquer coisa que possa imaginar. Se você for tentar, vá até o fim. Não há sensação como esta. Você estará a sós com os deuses. E as noites resplandecerão com fogo. Você encaminhará a vida para o sorriso perfeito. É a única boa luta que existe."

Charles Bukowski – Factotum

Factotum – Sem destino
Baseado no livro de Charles Bukowski, "Factotum" é a história de um homem vivendo no limite, de um escritor que está disposto a arriscar tudo para se certificar de que sua vida é sua poesia. Henry chinaski trabalha em fábricas e armazéns para dar suporte ao que realmente gosta de fazer: beber, apostar nos cavalos, dar em cima de mulheres tão baixas quanto ele e, acima de tudo, escrever histórias que ninguém quer publicar.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Querer amar não é o mesmo que amar

Demorei para entender que querer amar não é o mesmo que amar. Querer dar certo não é o mesmo que dar certo. Quando você ama, não tenta: simplesmente vai. Quando chega a pessoa certa você não a deseja porque ela se parece com você ou aprecia as mesmas coisas. Você simplesmente a deseja. E quer vivenciar esse desejo de todas as maneiras, com todos os toques, vozes, olhares e cheiros. Querer estar acompanhado não é o mesmo que ter alguém efetivamente a seu lado. Porque só te acompanha de verdade quem realmente toca tua alma, e não aquele ali que estava disponível no momento. Ou o outro, que, diante da prateleira, era a versão com mais vitaminas e menos efeitos colaterais. Se você gostar mesmo de alguém, ele pode vir sem nutrientes, pode dar tontura e muitas dores, e você pode cair em overdose sem perceber, mas você não vai nem ler a bula, porque está amando... É por isso que não adianta procurar. Não adianta substituir. E só vale redirecionar um amor interrompido se for para você mesmo. Porque você é a sua melhor companhia e, definitivamente, não é fácil encontrar alguém que caiba no banco a seu lado, nessa viagem.

* foto de Alexandre Grand
modelo: Aline Chan

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Procurando

Gente,

Estou procurando emprego. Para quem ainda não sabe, sou jornalista com vasta experiência como editora e redatora de conteúdo web, tenho também experiência com comunicação interna e atuei como redatora publicitária e roteirista de TV recentemente.

Saiba mais em http://portfoliomarianavalle.blogspot.com

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Novos textos

Véspera de fim de semana, muitas novidades pra vocês. Basta clicar nos links para ver.

FOTOPOEMA - VALLE o clique

As assexuadas (crônica no Trigêmeas)

BEBA - (poema no Calientes)

Bjs,
Mari

FOTOPOEMA - VALLE o clique

Queridos,

A vida tem dessas coisas... No dia em que resolvi publicar fotos especiais junto com meus textos, esbarrei, no Facebook, com o trabalho sensacional do fotógrafo Alexandre Grand. Entrei em contato e... Acho que teremos uma profícua parceria. Tanto que, em seguida, só nas 24hs subsequentes, escrevi quatro poemas inspirados nas belas imagens deste profissional. Por ora, publico esta foto, da série Dramaturgia Fotográfica, com a modelo Helen Miranda. Depois vem mais.

VALLE o Clique. Valeu, Grand!

Clique aqui para ver o FOTOPOEMA!

Bjs,
Mari

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Terça em Movimento 69 - Dança e poesia na veia


Mais uma vez fui ao Terça em Movimento e me acabei de dançar zouk.

Depois, declamei meu poema "Nossa fome"...
(clique no título para ler!)

Assisti aos Bipolares, à minha amiga Alda que, sem combinar nada comigo previamente, foi pra lá preparada para declamar um poema meu o "Hipocrisia" (clique no título para ler)



Depois, só música, dança e cama... Fiquei cansada... Beijos, fui!

domingo, 30 de agosto de 2009

Índice

B E I JO (poesia) - mais uma do Insônia... Clique

Tecla SAP para homens (e mulheres)Aperte

This boy is trouble – Dei pra fazer musiquinha agora... Aqui, ó

Porta-retrato – no Insônia Literária... (poesia) Veja

Choro de letras – Porque poetar lava a alma... (poesia) Desfrute

Se você estivesse... aqui (poesia)

Palavras desconexas
(poesia) Leia

Quando o amor estiver nas minhas rimas, desconfie...
(prosa poética) Leia aqui

Cuspe (poesia) - Entre goles de cachaça / e trocas furtivas de saliva, eu vou cuspindo você... Leia mais

Agora (poesia e foto) - Meu poema (que está no livro), com foto minha declamando no "Terça em Movimento" Veja

Wet (poesia em inglês) - Mais uma tentativa de poetar na língua de Shakespeare. Porque, como disse o mineiro, I'm the Lady Poetry. Be my guest

Love is not that feeling (poesia em inglês) - É para isso que serve ficar ouvindo tanta música em inglês... Just read it!

Não é carência (prosa poética) - Não é carência nem indecência essa vontade de amar... Ame as palavras aqui

Perdeu, playboy (miniprosa)- Quem diz “Não quero criar expectativas” já está criando... Entenda

Nome próprio (opinião) - Sobre o filme da vida de Clarah Averbuck. Leia

Foto do dia (reproducão) - Exemplo de sensibilidade jornalística. Veja

Começar de novo (prosa poética) - ...Penso é que posso ser o que ainda sobrar pra mim. Imagino-me alimentando-me de sobras e restos... Será mesmo? Leia tudo para entender

Casal moderno (mini conto) - "Denise está chamando", o filme escrito por Hall Sawen em 1995, já previu isso... Entenda!

O bêbado (artigo)- Ele bebe, mas os outros é que ficam embriagados! Engole essa!

A noite (poesia) - Vida de solteira dá nisso... Confira!

Insônia Literária - Para quem não sabe, tenho um blog só de poemas. Clique aqui para ler.

Eu no jornal de Sampa (reflexões sobre a fama) - sobre a matéria do jornal e sobre o dia em que recebi uma proposta indecente... Leia aqui!

Tudo sobre o meu livro - Release, vendas, matérias publicadas na imprensa, comunidade no orkut...

Vestida de Luz (poesia) - Poema inspirado em foto de Lucian Clerghe. Leia

Agora sou Trigêmea - Conheça o blog que lancei com duas escritoras geminianas geniais. Aqui.

Cultura na Barra da Tijuca - Você já foi ao Corujinha da Poesia na Livraria diVersos? Eu recomendo. E tô sempre lá. Saiba mais.

Chega de aglomerações (artigo) - Você também se cansa no convívio com determinadas pessoas? Então, leia!

Muita tentação (conto) -curta meu curto conto clicando aqui.

Um pouco de poesia - Clique aqui para ler.

Deixa o grão se misturar (artigo) - Sobre pequenos, mas não menos prejudiciais, preconceitos. Confira.

O meu carnaval (artigo) - Não preciso da festa para entrar no clima. Nesse ano, passei descansando. E você? Clique aqui antes de responder.

Sorria, estou no Bolsa de Mulher (notícias) - Matérias na imprensa, comunidade no orkut e novidades sobre meu livro. Veja aqui!

Sintomas (poesia) - Você já teve essa doença? Saiba aqui.

Preso no engarrafamento? (artigo) - Eu ando praticando o desapego. Entenda.

Mulheres, Sexo Forte (crítica de cinema / artigo) - É possível aprender alguma coisa até com a Meg Ryan atuando no mesmo papel de sempre... Leia a crítica.

Os príncipes e os Shreks (artigo) - Um conto de fadas real. Saiba mais.

Sobre a inveja (artigo) - Será mesmo que a inveja alheia é assim tão prejudicial? Leia o texto e tire suas próprias conclusões!

Realidade ou ficção? Eis a questão! (artigo) - Quem disse que a gente já viveu tudo o que a gente escreveu?! Não é bem assim... Leia aqui.

Noite feliz - Texto e fotos do lançamento do meu livro "SORRIA, VOCÊ ESTÁ NA BARRA e outras histórias". Confira.

A síndrome do legume (artigo) - Esse é o nome que uso para designar um comportamento tipicamente infantil, repetido por muita gente durante outras fases da vida. Saiba mais.

Dias de sol (conto) - Lembro-me dos domingos na praia. Picolé gelado, biscoito Globo, matte Leão de garrafão. Lembro-me de tardes inteiras naquele bar da Avenida Atlântica... Clique aqui para ler.

Por que falar de sexo ainda choca as pessoas? (artigo) - Leia aqui.

Alice no país das maravilhas (conto erótico) - "Alice já tinha 42 anos e nunca havia aproveitado tanto uma transa como fazia com essa..." Continue a ler.

Juliana e o coelho (conto) - "Juliana era casada há cinco anos, mas se sentia sozinha. Maurício viajava muito a trabalho. Então ela resolveu que merecia um vibrador..." Leia mais!

Crise dos 30 (artigo) - Quem nunca passou por essa fase que atire a primeira pedra! Saiba mais.

O verdadeiro amor (artigo) - Você gosta de receber aqueles arquivos de powerpoint com músicas bregas e mensagens edificantes? Eu até gosto, mas será que quem nos manda essas correntes realmente sabe ler a mensagem e incorporar os ensinamentos para a própria vida? Leia aqui.

No elevador (conto erótico) - Daniela só não podia imaginar que iria unir dois desejos num só: traçar o vizinho e ainda por cima no elevador! Confira.

Final Feliz (conto) - Cuidado com o que você deseja. Seus sonhos podem ser realizados. Olha só o que aconteceu com o João.

Domingo (artigo) - Sabe aqueles dias em que você não quer pensar? Clique aqui para ler!

Perguntas sem resposta - sobre comunicação online (crônica/artigo) - Quando você esquece o celular em casa, sente como se tivesse esquecido a cabeça? E se ficar mais de três dias sem acessar o e-mail, fica com medo de estar perdendo alguma coisa muito importante? Então você tem que ler esse texto!

Melhor do que ontem (artigo) - As olimpíadas acabaram, mas ainda resta a dúvida: você anda competindo com o resto do mundo ou com si próprio? Leia aqui antes de responder.

Decrescimento é a palavra (artigo) - Não é o tempo que passa mais rápido e sim as pessoas que estão correndo. Quem anda voando não são os dias e sim as pessoas. Mas seres humanos não foram feitos para voar e sim para andar... Saiba o que é decrescimento sustentável!

Missão: aprender (artigo)- Quem acha que só tem a ensinar perde uma grande oportunidade de aprender. Leia aqui.

Você já chateou hoje? (crônica/artigo)- Mais uma da série sobre comunicação via web. Confira!

Refém de si próprio (artigo) - Ninguém nos faz sofrer se a gente não der abertura para isso. Veja aqui o que me motivou a escrever isso!

Geração MSN e Amizades Virtuais (artigos) - Há algum tempo, escrevi sobre essa estranha mania do povo de acumular amigos e se fazer "ouvir" via web. Confira aqui a primeira reflexão, e aqui a segunda.

Ser ou parecer? Eis a questão (poema) - Não se deixe levar pelas aparências... Leia aqui.

Idiotas Completos (poema) - Não excluo pessoas / e sim atitudes / Todos têm seus vícios /mas também suas virtudes... Leia mais

Algemas Gilmar Mendicator (humor) - Cansado de ter sua prisão preventiva decretada injustamente? Você não aguenta mais aparecer na TV com aquelas algemas horrorosas e ordinárias? Seus problemas acabaram! Confira a propaganda do produto revolucionário das Organizações Tabajaras* para Daniel Dantas e afins! Aqui.

Quando te vejo (poema erótico) - ...Minha fala se cala / e se tranca em minha boca /explode no desejo por teu beijo / e me faz tirar a roupa... Continue a ler

Na calada da noite (miniconto) - Quem vem lá? Leia aqui.

Sobre o medo (artigo) - ... É como se ele acendesse uma luzinha que nos protege em determinadas situações. O problema é quando essa luz acende na hora errada e acaba ofuscando as visões, cegando temporariamente as pessoas que estão por perto. É aí que mora o verdadeiro perigo. É dessa cegueira que se deve ter medo... Saiba mais.

Sobre a prisão dos militares gays (artigo) - Leia o artigo que fala de homofobia e hipocrisia.

Acúmulos e fartura - (conto) Confira a história de uma menina que fez uma verdadeira faxina em sua vida, para ir em busca da maior riqueza do mundo: a felicidade.

A verdadeira aliança (artigo) - Casamento nenhum me forçará a usar um anel! Entenda porquê.

Repaixão (poema erótico) - Estou apaixonada mais uma vez / Encantada com tua voz / Teus olhos negros tão profundos /de ti me inundo, vontade atroz... De quem eu tenho vontade? Essa é fácil.

Minhas Duas Caras (artigo) - Reflexões sobre a novela Confira.

Degusta-me (poema erótico) - Degusta-me bem devagar /Hoje quero teu carinho. / Me faz beber, te ver, dançar, que eu tiro a roupa do seu caminho... Leia mais!

Me ama (poema erótico) - ...Encara meus olhos / E chega mais perto /Encosta em meu corpo / Teu membro ereto... Continua aqui

Amor literário (poema) - Porque toda forma de amar vale a pena

Traição (artigo) - Não há traição maior do que a traição a si próprio. Leia o artigo

Agora (poema erótico) - Mulheres preferem sexo com amor? Nem sempre... Confira o que elas querem agora!

O caso Ronaldo (artigo) - Por que o verdadeiro travesti é o Ronaldo e não suas companhias naquela fatídica noite? Eu respondo!

Hereditariedade (poema) - ...Nosso cordão não se cortou e teu ventre ainda me abriga. O teu rasgo cicatrizou, e arde em mim a tua ferida... Continua aqui

A mimada e o batalhador (conto) - "Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?..." Conheça uma história de amor

O que os livros fizeram por mim (artigo) - Você não é só o que come, mas também o que vê, ouve, sente e lê. Pense nisso quando for escolher o que fazer com o seu tempo!

* todos os textos são de minha autoria

Tecla SAP para homens (e mulheres)

*foto de Guy Bourdin - para ler sobre o fotógrafo, clique aqui

- Menina, não consigo entender os homens!
- E eu? Cada assombração que me aparece...
- O tal fulaninho... Saímos na sexta, sábado e domingo.
- Bom...
- Daí ele me ligou na segunda, terça, quarta e quinta, me contou tudo o que tinha feito durante esses dias e ficou repetindo: “vou te ligar pra gente sair no final de semana...”
- Sei...
- Sexta, sábado, domingo e nada...
- ???
- Nada!
- E...
- Então pra quê ficou alimentando, p....?
- É!! Pra quê bancou o apaixonadinho??
- Por que não foi sincero??
- Bastava não prometer nada. Tão simples...
- É... Não entendo...
- Comigo foi a mesma coisa, amiga. Caso antigo. Saímos na sexta. No sábado ele viajou. Me ligou quando estava chegando lá e contou tudo o que aconteceu no caminho. À noite, ligou de novo. Nos três dias seguintes, o mesmo: me liga no final do dia pra contar tudo o que fez durante o dia com uma precisão de detalhes que chega me deu enjôo...
- Lá vem bomba...
- Falou que queria ver o filme tal no fim de semana e...
- Sumiu?
- Clássico. Então pra quê bancou o namoradinho? A iniciativa foi dele, c......! Eu só correspondi, e, mesmo assim, muito discretamente...
- O pior você não sabe! As mulheres também fazem isso. Nosso amigo, o fulano, me conta suas desventuras sempre. Várias vezes ele quis namorar certinho, as mulheres deram a entender que queriam e tal e, de repente... pum, sumiam sem deixar vestígios. É f...!
- É mesmo, menina??? Pensei que essa era uma especialidade exclusiva dos homens...
Nisso, chega o cicrano, outro amigo da dupla, e pega o bonde andando.
- O que vocês estão falando?
- Xiii... Tamo metendo o pau nos homens. Vai defender a classe?
- Depende. Quais são os argumentos?
- Lá vem o advogado...
- É que a gente não consegue entender os homens.
- Isso mesmo!
- Eles são muito complicados... - gritaram as duas, em coro.
Cicrano interrompeu a dupla bruscamente.
- Posso falar? Não tem nada de complicado na gente.
- Como não???
- É muito simples: se é “complicado”, é porque ele não tá afim. Não tem outra interpretação. Se o cara tá afim, ele vai demonstrar, vai procurar, vai dar a entender. Senão, simplesmente não quer nada contigo. E o mesmo vale para as mulheres “complicadas”.
- Mas e aí? Vamos pra onde, hoje? – se atropelaram as duas.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

This boy is trouble

E a produção poética em inglês continua... Esse aqui nasceu como música... Leia!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Porta-retrato

Poeminha novo no Insônia Literária. Leia aqui

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Choro de letras

Você vem e chora letras
Sangra sílabas sem fim
Acentua suas dores
E exclama tudo em mim
Põe palavras nos amores
E reticências demais
Já cansei de interrogar
Quero só pontos finais

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Se você estivesse...

Se você estivesse na minha pele, talvez sentisse o arrepio, talvez sentisse essa vontade...
Se você estivesse nos meus dedos, talvez tateasse o meu corpo, numa viagem de sentidos...
Se você estivesse nos meus lábios, sentiria a minha língua e a água na boca...
Se você estivesse no meu colo, sentiria o coração palpitando forte e a respiração ofegante...
Se você estivesse...
Se você estivesse aqui, eu não estaria escrevendo.

domingo, 16 de agosto de 2009

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Quando o amor estiver nas minhas rimas, desconfie...

Quando o amor estiver nas minhas rimas, desconfie. Quando o sexo invadir a prosa também. Se o desespero sufocar as letras, esqueça. Há algo errado no ar. Quando amo não sobra letra. Quando transo só há suspiro. Quando choro, só tenho lágrima. E se estou escrevendo, já superei.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Cuspe

Entre goles de cachaça
e trocas furtivas de saliva,
eu vou cuspindo você.

Entre baforadas de fumaça
e liberdade permissiva,
vou conseguindo esquecer.

Porque eu não engulo mais
nossa história,
que ficou presa no passado.

Encontrei a paz nessa escola:
na beleza do emaranhado

de futuros incertos,
e recomeços sem fim,

de tudo que foi descoberto,
você já não serve pra mim.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Love is not that feeling

Minha analista disse que eu me exponho demais quando publico minhas poesias. Às vezes sim, às vezes não, porque nem sempre escrevo sobre o que vivo e sinto no momento, embora a maioria pense que sim. Muitas vezes, pra não dizer na maior parte do tempo, escrevo sobre o que queria fazer e ter mas não faço nem tenho...

Mas, como disse Leminski, não preciso explicar a poesia! Já que estou aqui fazendo isso, repito o que disse no meu facebook: não me julgue pelo que escrevo e sim pelo que faço. Aliás, pra que você precisa me julgar? Ah tá, então agora pode ler a minha tentativa de poetar em inglês, vai.

Love is not that feeling they sing,
is something that brings you to reality.
The real happiness is it’s priority.
The yearning that blinds,
someday you’ll find
is the opposite of love.
Just grow old
and you gonna live above
that stupid ideas of life.
And so you must dive
in this feeling sincere.
You just need to love me
and learn.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Não é carência

Não é carência nem indecência essa minha vontade de amar. É a busca pela eterna magia da poesia. Alegria de te achar, mesmo onde você não está.

Fragilidade, que nada! É furar a onda, de cara lavada, investir na ronda, na foda, está sempre na moda, se apaixonar.

Senão pra que a vida, fudida? Senão fantasiosa, aconchegante, no colo de um amante, que nos faz ser mulher.

Não quero ser apenas mãe, namorada, esposa. Quero ser a puta na cama. Aquela que você derrama com pressa e sofreguidão. Aquela que sente o peso e a força de tua mão.

Não é carência nem indecência essa minha vontade de amar. É a busca pela eterna magia da poesia. Alegria de te achar, mesmo onde você não está.

sábado, 1 de agosto de 2009

Perdeu, playboy

Quem diz “Não quero criar expectativas” já está criando. Quem não espera nada de um relacionamento nem pensa sobre isso. Simplesmente não faz planos. Apenas aproveita o que lhe interessa. Quem pensa demais - e teoriza - na verdade está se protegendo do que já existe no seu coração há tempos...

Nome próprio

Impossível assistir ao filme “Nome Próprio” e meus dedos não formigarem para escrever. Mesmo sendo 2h 48 da madruga. Não estou aqui para falar da atuação de Leandra Leal - brilhante – mas sim de Clarah Averbuck. Como Bukowski já fez, a mulher da vida real que virou personagem vive até a última sílaba, chora por todas as vírgulas, ri com todos os acentos, sempre em busca de pontos finais.

Talvez muitos assistam e pensem: “como ela é louca”. São os mesmos que vêm depois tentar me consolar quando leem um poema/prosa em que falo das minhas dores. Para esses, vai a resposta contida no filme:

“Então o amor também acaba?
Não que eu saiba.
O que eu sei é que a vida
se encarrega de transformar
numa matéria prima,
em raiva,
ou então em rima.”

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Começar de novo

Acordar cedo, fazer exame de sangue e urina, ver a taxa de colesterol a quantas andas. A glicose só pode estar baixa, a vida tem andado azeda. Arrumar os currículos. No plural mesmo. Um de trabalho, outro de amor. Por que quando se quer começar uma relação, parece que o passado todo tem que ser investigado? O que você gosta de comer? Você prefere cinema ou DVD? Quantos anos ficou casado? Só perguntas. E muitas incertezas.


Por outro lado, o futuro está ali, na sua frente, como uma folha branca cheia de possibilidades, mas, por mais que eu me esforce, não consigo imaginar que “posso ser tudo o que quiser”. Penso é que posso ser o que ainda sobrar pra mim. Imagino-me alimentando-me de sobras e restos. Alguém não quis aquele cara? Dá pra mim, então. Aquele emprego já não lhe serve mais? Eu pego. Por que eu tenho essa sensação de que tenho que dar graças a Deus por ainda ter umas sobrinhas para mim? Por que essa impressão sufocante de que se eu não correr não terei mais opções? O tempo vai ter passado e eu não terei mais nenhuma sobra para me agarrar?


Não. Não quero viver de sobras. Porque o tempo passou e eu estou inteira. Não mereço as sobras de ninguém. A partir de hoje só me apego a inteiros. Começo do zero. Como uma folha branca e uma caneta ainda hesitante, mas que vai rabiscar suas primeiras palavras sim, e, depois, comemorar, com um belo de um ponto final. De parágrafo. Para então começar tudo de novo mais uma vez, numa nova linha. Novo parágrafo, nova página em branco. E tenho dito.

sábado, 18 de julho de 2009

Casal Moderno (conto)

Eles se viram pela primeira vez no Orkut da Marcinha. Vasculharam um os álbuns do outro. Ele ficou doido ao ver a foto dela na piscina. Ela gamou no “quem sou eu” dele. Ele a adicionou e vice-versa.

Passaram a participar de algumas comunidades em comum. Publicavam comentários nos mesmos posts, eram seguidores dos mesmos blogs. Se encontraram até no Twitter. Partilharam linkedins, facebooks, fotologs, myspaces e afins.

A primeira briga aconteceu no MSN. E a reconciliação veio no Youtube. Ele publicou um lindo vídeo com fotos dela. Quebrou o gelo na hora.

Porém, no dia seguinte, mais uma briga. Dessa vez, via torpedo. Foi fatal. Ela o bloqueou no MSN e excluiu o nome dele do seu Orkut. Estava definitivamente acabada a relação dos dois. Uma pena. Tinha tudo para dar certo. Se eles pelo menos tivessem se tocado...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O bêbado

No outro dia, eu estava no ônibus, voltando para casa, me preparando para saltar. E então um bêbado, sorridente, tentou pegar minha cabeça para me dar um beijo na testa. Minha primeira reação foi me afastar. Todos à volta olhavam com caras assustadas. Eu olhei bem pra cara do sujeito. No seu olhar, havia um misto de sorriso, carência e melancolia. Ele sabia que não era querido, mas clamava por atenção.

Descemos no mesmo ponto. Ele foi andando a meu lado e começou a falar aquelas coisas sem nexo de bêbado, mas eu prestei atenção, tentando manter uma distância segura, tentando mostrar, pela minha postura corporal e facial, que eu o ouvia sem lhe abrir muito espaço. Confesso que me senti meio cruel. Por que eu seria melhor do que ele a ponto de me sentir concedendo-lhe um grande favor em ouvi-lo? Era nítido que ele estava amargurado. Com aquele olhar suplicante, de que tudo está perdido, mas ainda há esperança, ele me disse: “Se você tem um filho, dá carinho e atenção pra ele, cuida dele, abraça ele”. Ora, isso tem nexo sim!

Eu, que não tenho filho, na mesma hora pensei: esse cara tem um, mas não deu atenção a ele. Se culpa, afoga as mágoas bebendo, e, com isso, se transforma em alguém que não tem a atenção de ninguém. Então finalmente consegue o que quer: se punir por não ter dado atenção ao filho.

Ok, posso estar viajando, mas o fato é que eu continuei andando e ele também, só que agora em calçadas opostas. Lá do outro lado da rua, eu o ouvia falando, mas não distinguia as frases. Então uma coisa estranha aconteceu. Na minha calçada, havia uma turminha de cinco ou seis caras já “mamados”, bebendo cerveja em frente a um “pé-sujo”, sentados em banquinhos de plástico, batucando tambores (muito mal por sinal) e cantando uns sambinhas, quer dizer, tentando cantar.

Do outro lado, o radar do bêbado disparou, ele abriu um sorriso enorme e atravessou a rua, todo animadinho. Já chegou “chegando”, crente que tinha achado, enfim, seus amigos, seus iguais. Mas não. Um dos bêbados mais bêbados da roda se levantou num rompante, e, de cara feia, começou a brigar com o forasteiro. Eu não sei o que foi dito nem feito pois fui embora, mas ainda consegui ver a cara de melancolia do “meu” bêbado por ter sido, mais uma vez, rejeitado. Confesso que fiquei com pena dele. Porém não só dele.

Fiquei com pena da humanidade. Esse simples caso demonstra o quanto não prestamos atenção nos detalhes, o quanto estamos fechados para o novo. Aprendemos aquelas regrinhas quando criança – “Não fale com bêbados” e “Não fale com estranhos” são apenas alguns exemplos – e delas nunca mais nos livramos. Vivemos no automático. Não questionamos nada. Para que se dar ao trabalho de fazer diferente, se arriscar, se seguir sempre nos moldes é muito mais fácil?

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A noite

A noite é de pessoas instantâneas,
insanas.
Observar alguma coisa?
Só se forem os peitos,
perfeitos,
as curvas, saliências, quadris.
Ganha quem tiver mais ardis
e decotes.
Ir muito vestida
é a morte.
Os cabelos?
De preferência lisos
e compridos.
Na boca, o riso,
no olhar, libido.
Não se pode perder tempo,
vai se direto ao ponto.
Quer dizer, ao beijo.
Realizemos o desejo.
Onde foi parar o papo?
O jeito?
A curiosidade do toque?
Mistura tudo e vira rock, pop.
A noite é pra pegar,
zoar, ficar.
Dançar é só o esquenta.
Toda semana isso.
Cada dia com uma diferente.
Como é que você aguenta?
Andemos, seguindo em frente.
Amanhã é dia de trabalho.
Caralho!
Tenho que acordar cedo
e a conquista da night vai virar segredo,
passado.
E, se bobear,
no próximo dia,
você esbarra com aquela vadia,
na rua.
Mas então ela estará metida num tailleur,
terninho,
numa roupa de respeito.
Aí não tem mais graça, não é mesmo?
Cadê o colo nu, o decote no peito?
Será que você irá reconhecê-la?
Quando é que essa vida acaba?
Quando é que a música pára?
Alguém pode acender a luz, por favor?

sábado, 9 de maio de 2009

Poetando

Queridos,

Sumi por um tempo. Muitas mudanças na minha vida. Mudança de casa, de bairro, de trabalho e de estado civil. E uma preocupante falta de acesso a internet no meio do caminho. Só uma coisa não muda: continuo escrevendo muuuito, a trabalho e por prazer.

Eis o link para três dos meus últimos poemas. Romantismo e sexo, meus assuntos preferidos.

Clique no link ao lado para ler - INSÔNIA LITERÁRIA

Bjs,
Mari

terça-feira, 14 de abril de 2009

Resenha do meu livro

Leo Argonio postou uma resenha sobre meu livro, aqui.

Nesta sexta-feira, tem lançamento lá na Barra - clique aqui para ver o convite!

Compre pelo site da editora , pelo e-mail ou:

Livraria DiVersos
Av. Érico Veríssimo, 843 - Loja A (ao lado do Restaurante Balada Mix)
Barra da Tijuca - Rio de Janeiro / RJ
(21) 2495 0040

Livraria Nobel do Downtown:

Av. Das Américas, 500 - Bl 21- Lj 138
Barra Da Tijuca - Rio de Janeiro / RJ
(21) 2493-6301

Participe da comunidade no orkut

Leia o release (resumo do livro e da experiência da autora)

Imprensa, trechos da história principal e tudo sobre o livro, no blog:
http://sorriavoceestanabarra.blogspot.com

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Lançamento do meu livro, na Barra!


CLIQUE NA IMAGEM PARA LER O CONVITE

terça-feira, 31 de março de 2009

Eu no jornal de Sampa

Eu e meu "filho" único não estamos ricos, mas estamos cada vez mais famosos. Saímos em matéria do Jornal da Tarde (SP) sobre blogs que viraram livros. Leia a matéria clicando na foto ao lado ou clicando aqui. E compre o livro na livraria Nobel do Downtown (Barra), na Livraria diVersos da Érico Veríssimo (Barra), pelo site da Editora Multifoco, ou comigo, autografado. Saiba mais em http://sorriavoceestanabarra.blogspot.com/


REFLEXÕES SOBRE A "FAMA"

Publicidade de graça eu estou tendo, agora vender que é bom... Por que as pessoas não querem gastar dinheiro com livro, hein? Noutro dia, postei aqui um poema que fiz inspirada numa foto linda de uma bunda. E não é que logo depois recebi um e-mail muito louco (enviado pelo formulário que está na lateral desse blog), de um cara que queria transar comigo? Oferecendo 30 mil reais para um fim de semana com ele! Se não for sacanagem de algum amigo, acredito que ele só pode ser louco e gamou na foto da bunda, bela bunda, concordo. Ou ainda pesquisou depois e viu que eu escrevo poemas e contos eróticos, sei lá. Mas, sem nem considerar o fato de que a bela bunda da foto não é minha (quem dera!), o que leva um sujeito a oferecer 30 mil reais por um fim de semana de sexo com uma bunda desconhecida???

O pior é que ele não é o único. Como trabalhei em TV, sei como tem gente disposta a se vender e gente disposta a comprar sexo com um corpo bonito. É triste. Num mundo onde se valoriza astros do futebol analfabetos que pagam rios de dinheiro para zoar, cheirar, enlouquecer e posar com loiras gostosas do lado, não deve ter espaço mesmo para um simples livro, não é mesmo?

E aquelas pessoas que me mandam mil elogios apenas quando descobrem que eu apareci na mídia? E fazem questão de serem as primeiras a deixarem um comentário dizendo que fizeram parte desse sucesso. Noutro dia, um conhecido disse assim, num desses espaços públicos: "E pensar que eu peguei você no colo". Ele bem que queria me pegar no colo, mas no sentido bíblico, se é que vocês me entendem. Não conseguiu. Então, o que fez, quando teve oportunidade de me pegar no colo, ao ser convocado a dar sua opinião a meu respeito para um cara que queria me dar uma chance num cargo que eu almejava. "Ela é muito criança, não serve". Então agora, que estou "famosa", ele faz questão de espalhar aos quatro ventos que me pegou no colo? Não pegou não, querido. No máximo teve a oportunidade de pegar a "criança" no colo, mas não conseguiu, porque se achava muito grande para dividir espaço com uma pirralha... E era muito sem sal pra botar a ninfeta no colo no sentido bíblico.

E as pessoas que nunca tinham me dado bola, mesmo já tendo sido informadas previamente do lançamento do meu livro, tendo sido já tão bombardeadas com meus e-mails linkando para meus textos? Elas não acreditavam na minha qualidade literária até eu ter aparecido na mídia. Ahh!!! Apareceu no Jornal O Globo então ela deve ser boa, não é mesmo? Ou então ficou boa de uma hora pra outra. É, eu sei que sou jornalista e não deveria estar reclamando de nenhum elogio como autora nem do poder da mídia, afinal eu sempre fiz parte dela, mas, pelo menos aqui, dou vazão aos meus verdadeiros sentimentos. Na hora de vestir a camisa por uma empresa e ganhar um salário no final do mês, me prostituo sim, desde que seja com meus textos. Com a minha bunda, não! Entendeu, seu tarado de São João da Barra???

domingo, 29 de março de 2009

Vestida de Luz


Hoje vou vestida de luz
e minha estampa é o contraste
entre o breu e a claridade.
A escuridão é meu disfarce
e a luz do sol é a verdade
que me deixa no impasse:
o que escondo e o que revelo?
Não me sobram nem chinelos,
pois finquei meus pés no chão.
Então, me dê a sua mão
que já não tenho mais cabelos
e aqueles fios que jorravam
da minha cabeça sempre a mil.
Hoje vou vestida de luz
e minha estampa é o contraste
entre o breu e a claridade,
entre o disfarce e a verdade.

Inspirado na foto de Lucien Clerghe, postada no blog: http://freakshowbusiness.com/

terça-feira, 24 de março de 2009

Agora sou Trigêmea

Amigos, leitores e curiosos,

Tenho duas novidades:
Acabei de lançar, com duas amigas, o blog http://www.trigemeas.com/. Somos três geminianas, escritoras:
- a autora da webnovela Lucila 33;
- uma louca que foi parar num convento e posta de lá
- e euzinha aqui, com textos novos.

Na minha estréia como trigêmea, a confissão do estuprador/pedófilo ao padre "estupra mas não aborta", que também saiu na revista mencionada abaixo.

Lembro ainda que, em março, virei autora fixa da Revista Literária SAMIZDAT, todinha de graça e online. No link: http://www.revistasamizdat.com/

E, pra quem não lembra, tenho ainda meu blog de poesias: http://insonialiteraria.blogspot.com/ e também o blog onde você pode ler um trecho do meu livro "Sorria, você está na Barra e outras histórias" e saber tudo sobre ele. No http://sorriavoceestanabarra.blogspot.com/

Ah!!! Também assino as colunas "Tudo e mais um pouco" e "Histórias Picantes" no http://www.jornaldugaio.com/

E a coluna "Calientes" no http://www.30segundos.blog.br/

Ufa, quanto link! Ou vocês acham que uma pessoa prolixa e faladeira como eu teria apenas um??? Eles sempre estiveram aqui do lado direito, mas já percebi que muitas pessoas nem se dão conta do que há nas laterais dos blogs, então...

Beijocas,
Mari

terça-feira, 17 de março de 2009

Cultura na Barra da Tijuca

Gente, tô ficando muito saidinha. Pra vender, é preciso divulgar.
Por isso, fui ao segundo evento da Semana de Poesia na Barra e tive uma grata surpresa. Na livraria Diversos (Café e Cultura), na Érico Veríssimo, tive a prova de que a Barra também sabe muito bem organizar eventos culturais de alto gabarito, como este, capitaneado por João Luiz de Sousa.

Poetas geniais e dos mais variados estilos, música de altíssima qualidade, bebidinhas, quitutes e ainda tem sorteio de livros entre os presentes. O sucesso é tanto que o povo que está no restaurante Balada Mix, ao lado, acaba prestando atenção a tudo, se encanta e passa a frequentar a Livraria também. Olha que luxo!
Viram as fotos d'euzinha aqui declamando poemas e divulgando o meu livro? Não estou bonita nas fotos. Não importa. O que interessa é que meu livro "Sorria, você está na Barra" estará, em breve, à venda também na Livraria Diversos, na Av. Érico Veríssimo, 843 - A.

E nesta semana tem mais eventos da Semana de Poesia, espalhados pela cidade. Confira aqui a programação.

Compre meu livro pelo site da editora , ou, autografado, pelo e-mail: vendas.sorria@gmail.com

Ainda na Livraria Nobel do Downtown:
Av. Das Américas, 500 - Bl 21- Lj 138Barra Da Tijuca - CEP: 22640.100Rio De Janeiro / RJ55 21 2493-6301

Acesse a Comunidade no orkut e saiba mais.

Beijo, beijo, beijo!

segunda-feira, 16 de março de 2009

II Semana da Poesia (Programação)

Homenageando Vinícius de Moraes, meu querido e idolatrado poetinha

(15/03 - DOMINGO), a partir de 16hs:
TODAS AS TRIBOS
na praia de Ipanema em frente a Rua Vinícius de Moraes, (varal de poemas, performances, música e artes plásticas) - Mobilização à favor da estátua do poetinha no calçadão de Ipanema

segunda - 16/03:
CORUJÃO DA POESIA
na Barra da Tijuca:
20h às 24h : Livraria Diversos - (Av. Érico Veríssimo, 843, lado A - ao lado do restaurante Balada Mix)
no Leblon:
20h30 às 23h30 : Livraria da Conde - Rua Conde de Bernadote, 26, lj 125.

terça, 17/03:
CORUJINHA DA POESIA - 21 a 23h30
Pizzaria Pronto - Rua Dias Ferreira, 33 - Leblon
CORUJÃO DA POESIA - 24 às 6h
Livraria Letras & Expressões Leblon - Av. Ataulfo de Paiva 1292 Lj.C

Quarta, 18/03, 19 às 22hs:
POLEM
Praia do Leme - Quiosque Estrela de Luz (em frente ao Fiorentina)

Quinta, 19/03, 20h30:
RATOS DI VERSOS
Bar do Jô - Beco das Carmelitas - Lapa (próximo ao Beco dos Ratos)

Sexta, 20/03, 20h30 as 23h30:
MOVIMENTO INVERSO
Barteliê - Vinicius de Moraes, 190 - apto 03 - Ipanema (esquina com Nascimento Silva)

Sábado, 21/03, 19h30:
CASA POEMA (Dia Mundial da Poesia)
Rua Paulino Fernandes, 15 - Botafogo (Coordenação: Elisa Lucinda)

Maiores informações:
www.almadepoeta.com/segundasemanadapoesia.htm
semanadapoesiario@gmail.com

domingo, 15 de março de 2009

Chega de aglomerações

Como é que a gente pode mudar tanto com os anos? Antigamente, eu adorava uma aglomeração de gente. Nunca fui fã de multidão, mas adorava ir a shows em lugares abertos, festas da moda, frequentar grandes grupos, fossem eles no colégio, no trabalho, no prédio, rua, academia... Hoje não. Por mais que eu tivesse ido ao show da Madonna da outra vez, e dessa última tenha ficado só no sonho, por mais que o show dos Rolling Stones tenha sido o melhor show da minha vida e nesse último na praia eu tenha até tido uma vontadezinha de repetir a dose, hoje descubro que não, não queria ter ficado na chuva espremida com aquele povo todo de histéricos para ver minha diva. Da outra vez eu vi tudo pelo telão. E, mesmo assim, pintou uma emoção de ver a loira sabendo que ela estava ali tão perto, mas lembro que foi especial porque eu estava com amigos especiais, o que fez tudo ter um gosto diferente. E não, não queria ter enfrentado a multidão na praia de Copacabana para ver o Rolling Stones de novo e ter, quem sabe, um novo melhor show da minha vida pra ficar na memória. Não tenho mais tesão em ficar em lugar lotado. Primeiro, porque não tenho mais muita disposição, deve ser a idade. Segundo, porque nesses lugares preciso de espaço. De um mínimo de chão para dançar e de ar para respirar. E, como sou baixinha, acabo só dançando mesmo, porque acabo não enxergando nada se eu estiver a pé, no meio da muvuca.

Então sigo o pensamento para chegar na verdadeira reflexão. Não estou aqui pra levantar nenhuma bandeira de que show e/ou aglomeração de gente não é bom. Pelo contrário! Tenho inveja de quem ainda tem disposição pra isso. Por exemplo, no momento, tô ouvindo um blues genial (não me pergunte qual é a música, porque eu não sou o Pablo do SBT e é numa rádio da internet (92.9 de Nova York) cujos nomes das músicas não aparecem e eu não sou conhecedora de música a esse ponto). Mas, se show de blues fosse uma coisa que rolasse só com grandes platéias, eu iria sofrer por nunca mais ver um. Pelo menos quanto a isso não posso reclamar. Blues tem tudo a ver com pequenas casas de show, como uma que eu fui, essa sim, posso dizer também, ocasião que foi um dos melhores shows da minha vida. Foi em Nova York, no Blue Note, apresentação do Dizzie Gilespie All Star Big Band. Sensacional! Comemoramos meu aniversário em grande estilo: eu e meu marido. E aqui chego ao ponto que queria chegar. Estou cansanda de ficar exposta a muita gente. Não tenho mais forças pra falsidades, não tenho mais tesão de fazer teatrinho. Agora só tenho vontade de estar com quem gosto, com quem confio, com quem combina comigo. E são tão poucos...

Até no trabalho. Estou tão feliz por trabalhar numa agência de publicidade relativamente pequena. Ontem mesmo, o sócio comentou que a meta era aumentar para o dobro o número de funcionários e já me deu até um arrepio de medo. Socorro. Eu estava gostando tanto do jeito que tá... Vou ter que enfrentar de novo competição, gente puxando meu tapete, gente com inveja, disse-me-disse, ti-ti-ti, pirralhas imbecis trocando baboseiras pelo MSN e orkut, falando mal de você por trás e pela frente te dando sorrisinho cínico, gente com medo de você mesmo que você, inocentemente, queira ser amiguinho, mulheres inseguras com inveja de você pelo simples fato de você existir e ser mais exuberante, inteligente, talentosa ou até porque o fulano que você nem sabe quem é sente tesão por você, mas não por elas? Ah...me poupe! Deve ser isso. Estou cansada. E velha. Não tenho mais paciência pra humanidade. Socorro! Será que estou muito pessimista?

Ok, confesso. Estou na TPM, mas, descontando isso, será que estou totalmente errada ou é assim mesmo que andam os ambientes? Cansei. Cansei de gente competindo, querendo se sobressair pelas amizades, pelo gosto/cultura/conhecimento/informacão privilegiada, pelo fato de transar com o chefe, pelo fato de ser mais bonita, por estar há mais tempo na empresa. Por que tanta competição?? Por isso escrevo cada vez mais. E vou adorar quando chegar o dia em que eu estiver ganhando dinheiro só escrevendo, a ponto de poder fazer todo o meu trabalho de casa. Sonhar não custa nada... E você? Gostaria de trabalhar em casa também? A vida te fez mais ou menos sociável depois dos 30?

quinta-feira, 12 de março de 2009

Muita tentação

Curta meu curto conto clicando aqui.

terça-feira, 10 de março de 2009

Um pouco de poesia

Chega de falação, de analisar comportamentos, ditar regras, reclamar do mundo. Que tal um pouco de poesia hoje?

Amor:
Muitos carnavais - Leia
Sintomas - Sinta

Desamor:
Natural - Confira
Cena do crime -Desvende

Erotismo:
Nossa fome - Alimente-se

E para quem ficar impressionado com tanto amor e dor - e com essa infame rima - saiba que o poeta não é triste.

Bjs de poeta pra você,
Mariana*

*Sei que o certo seria eu me conclamar poetisa, mas acho essa palavra machista e muito da cafona.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Índice

Tudo sobre o meu livro - Release, vendas, matérias publicadas na imprensa, comunidade no orkut...

Deixa o grão se misturar (artigo) - Sobre pequenos, mas não menos prejudiciais, preconceitos. Confira.

O meu carnaval (artigo) - Não preciso da festa para entrar no clima. Nesse ano, passei descansando. E você? Clique aqui antes de responder.

Sorria, estou no Bolsa de Mulher (notícias) - Matérias na imprensa, comunidade no orkut e novidades sobre meu livro. Veja aqui!

Sintomas (poema) - Você já teve essa doença? Saiba aqui.

Preso no engarrafamento? (artigo) - Eu ando praticando o desapego. Entenda.

Mulheres, Sexo Forte (crítica de cinema / artigo) - É possível aprender alguma coisa até com a Meg Ryan atuando no mesmo papel de sempre... Leia a crítica.

Os príncipes e os Shreks (artigo) - Um conto de fadas real. Saiba mais.

Sobre a inveja (artigo) - Será mesmo que a inveja alheia é assim tão prejudicial? Leia o texto e tire suas próprias conclusões!

Realidade ou ficção? Eis a questão! (artigo) - Quem disse que a gente já viveu tudo o que a gente escreveu?! Não é bem assim... Leia aqui.

Noite feliz - Texto e fotos do lançamento do meu livro "SORRIA, VOCÊ ESTÁ NA BARRA e outras histórias". Confira.

A síndrome do legume (artigo) - Esse é o nome que uso para designar um comportamento tipicamente infantil, repetido por muita gente durante outras fases da vida. Saiba mais.

Dias de sol (conto) - Lembro-me dos domingos na praia. Picolé gelado, biscoito Globo, matte Leão de garrafão. Lembro-me de tardes inteiras naquele bar da Avenida Atlântica... Clique aqui para ler.

Por que falar de sexo ainda choca as pessoas? (artigo) - Leia aqui.

Alice no país das maravilhas (conto erótico) - "Alice já tinha 42 anos e nunca havia aproveitado tanto uma transa como fazia com essa..." Continue a ler.

Juliana e o coelho (conto) - "Juliana era casada há cinco anos, mas se sentia sozinha. Maurício viajava muito a trabalho. Então ela resolveu que merecia um vibrador..." Leia mais!

Crise dos 30 (artigo) - Quem nunca passou por essa fase que atire a primeira pedra! Saiba mais.

O verdadeiro amor (artigo) - Você gosta de receber aqueles arquivos de powerpoint com músicas bregas e mensagens edificantes? Eu até gosto, mas será que quem nos manda essas correntes realmente sabe ler a mensagem e incorporar os ensinamentos para a própria vida? Leia aqui.

No elevador (conto erótico) - Daniela só não podia imaginar que iria unir dois desejos num só: traçar o vizinho e ainda por cima no elevador! Confira.

Final Feliz (conto) - Cuidado com o que você deseja. Seus sonhos podem ser realizados. Olha só o que aconteceu com o João.

Domingo (artigo) - Sabe aqueles dias em que você não quer pensar? Clique aqui para ler!

Perguntas sem resposta - sobre comunicação online (crônica/artigo) - Quando você esquece o celular em casa, sente como se tivesse esquecido a cabeça? E se ficar mais de três dias sem acessar o e-mail, fica com medo de estar perdendo alguma coisa muito importante? Então você tem que ler esse texto!

Melhor do que ontem (artigo) - As olimpíadas acabaram, mas ainda resta a dúvida: você anda competindo com o resto do mundo ou com si próprio? Leia aqui antes de responder.

Decrescimento é a palavra (artigo) - Não é o tempo que passa mais rápido e sim as pessoas que estão correndo. Quem anda voando não são os dias e sim as pessoas. Mas seres humanos não foram feitos para voar e sim para andar... Saiba o que é decrescimento sustentável!

Missão: aprender (artigo)- Quem acha que só tem a ensinar perde uma grande oportunidade de aprender. Leia aqui.

Você já chateou hoje? (crônica/artigo)- Mais uma da série sobre comunicação via web. Confira!

Refém de si próprio (artigo) - Ninguém nos faz sofrer se a gente não der abertura para isso. Veja aqui o que me motivou a escrever isso!

Geração MSN e Amizades Virtuais (artigos) - Há algum tempo, escrevi sobre essa estranha mania do povo de acumular amigos e se fazer "ouvir" via web. Confira aqui a primeira reflexão, e aqui a segunda.

Ser ou parecer? Eis a questão (poema) - Não se deixe levar pelas aparências... Leia aqui.

Idiotas Completos (poema) - Não excluo pessoas / e sim atitudes / Todos têm seus vícios /mas também suas virtudes... Leia mais

Algemas Gilmar Mendicator (humor) - Cansado de ter sua prisão preventiva decretada injustamente? Você não aguenta mais aparecer na TV com aquelas algemas horrorosas e ordinárias? Seus problemas acabaram! Confira a propaganda do produto revolucionário das Organizações Tabajaras* para Daniel Dantas e afins! Aqui.

Quando te vejo (poema erótico) - ...Minha fala se cala / e se tranca em minha boca /explode no desejo por teu beijo / e me faz tirar a roupa... Continue a ler

Na calada da noite (miniconto) - Quem vem lá? Leia aqui.

Sobre o medo (artigo) - ... É como se ele acendesse uma luzinha que nos protege em determinadas situações. O problema é quando essa luz acende na hora errada e acaba ofuscando as visões, cegando temporariamente as pessoas que estão por perto. É aí que mora o verdadeiro perigo. É dessa cegueira que se deve ter medo... Saiba mais.

Sobre a prisão dos militares gays (artigo) - Leia o artigo que fala de homofobia e hipocrisia.

Acúmulos e fartura - (conto) Confira a história de uma menina que fez uma verdadeira faxina em sua vida, para ir em busca da maior riqueza do mundo: a felicidade.

A verdadeira aliança (artigo) - Casamento nenhum me forçará a usar um anel! Entenda porquê.

Repaixão (poema erótico) - Estou apaixonada mais uma vez / Encantada com tua voz / Teus olhos negros tão profundos /de ti me inundo, vontade atroz... De quem eu tenho vontade? Essa é fácil.

Minhas Duas Caras (artigo) - Reflexões sobre a novela Confira.

Degusta-me (poema erótico) - Degusta-me bem devagar /Hoje quero teu carinho. / Me faz beber, te ver, dançar, que eu tiro a roupa do seu caminho... Leia mais!

Me ama (poema erótico) - ...Encara meus olhos / E chega mais perto /Encosta em meu corpo / Teu membro ereto... Continua aqui

Amor literário (poema) - Porque toda forma de amar vale a pena

Traição (artigo) - Não há traição maior do que a traição a si próprio. Leia o artigo

Agora (poema erótico) - Mulheres preferem sexo com amor? Nem sempre... Confira o que elas querem agora!

O caso Ronaldo (artigo) - Por que o verdadeiro travesti é o Ronaldo e não suas companhias naquela fatídica noite? Eu respondo!

Hereditariedade (poema) - ...Nosso cordão não se cortou e teu ventre ainda me abriga. O teu rasgo cicatrizou, e arde em mim a tua ferida... Continua aqui

A mimada e o batalhador (conto) - "Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?..." Conheça uma história de amor

O que os livros fizeram por mim (artigo) - Você não é só o que come, mas também o que vê, ouve, sente e lê. Pense nisso quando for escolher o que fazer com o seu tempo! * todos os textos são de minha autoria

Deixa o grão se misturar

Por que no mundo há tanto preconceito? Não me refiro apenas aos tradicionais: de raça, sexo, idade, posição social ou financeira. Às vezes são diferenças tão sutis. É uma necessidade de se sobressair. Uma teimosia em se afastar ou deixar bem claro que não tem nada com aquele sujeito ali só porque ele representa um mundo que o teimoso não curte. Ou só porque um determinado grupo do qual ele faz parte isola o sujeito da panela. Ele pode até gostar do sujeito, mas já que a panelinha o isola, é melhor fazer o jogo, não é mesmo? E essa coisa de não querer sequer conhecer um fulano porque ele aparenta ser de um mundo com cultura, meio social ou financeiro totalmente diferente do seu? É isso mesmo que importa na vida? Com quem você aprende mais: com quem é igual, ou com quem é diferente de você?

Alguns dizem: quem é eclético e diz que gosta de tudo, na verdade não gosta de nada. Pois eu digo, tenho lá minhas preferências, claro, mas a maior delas é ter ojeriza a tédio, rotina, repetição. Que graça tem sempre só frequentar o grupo do samba, só ser da turma do rock, só viver nos bailinhos de dança de salão, só viver com um livro na mão? Eu que gosto de tudo isso, tenho dia que tô pro samba, tenho as horas semanais para meus livros, tenho a noite do zouk, forró e salsa, tenho o dia que é do rock. E não me perturbo em misturar tudo. "Samba-rock não presta, não é puro", dirão alguns. Eu adoro uma mistureba. Desde que bem-feita, claro. E isso não exclui ou substitui o valor de um samba de raiz. Pelo contrário. São duas coisas diferentes. Cada uma com suas qualidades. Porque assim como há artistas bons em diversos gêneros, há gente boa e gente ruim em todas essas tribinhos. É por isso que sempre fui uma pescadora. Frequentava várias tribos diferentes e de cada uma delas ia pescando uma pessoa para a minha tribo: a turma dos meus amigos. E o mais engraçado de tudo era que eu sempre misturava aquele povo, um não tinha nada a ver com o outro, eu também era completamente diferente de todos, e, mesmo assim, tudo sempre acabava em samba, pizza, balada, alegria, carinho, aprendizado.

E eu não sou pior nem melhor do que ninguém por não me definir. Pelo contrário. Eu me defino bem: topo tudo. Topo tudo o que me enriquecer culturalmente, me ensinar moralmente, me confortar emocionalmente. E isso não necessariamente acontece apenas com culturas próximas da minha realidade ou as tidas como elevadas, com as pessoas mais éticas ou com os amigos parecidos comigo. Inúmeras vezes, nos enriquecemos muito mais com uma cultura distante, errante ou massificante, aprendemos muito com uma pessoa sem-caráter ou perturbada e nos consolamos com um sujeito que definitivamente não tem nada a ver conosco. Isso faz parte desse mundão gigante, que só tem a acrescentar a esse ínfimo grão de areia que eu sou. E que serei. E até quando não sei!

Por isso, continuo sendo feliz assim. Deixa o grãozinho aqui se misturar, deixa o grãozinho experimentar, aprender, acreditar. E se você é um grão de arroz que não quer se misturar, boa pureza pra você. Por isso não se suje perdendo seu tempo a criticar, a reclamar do feijão que você sequer se deu ao trabalho de comer, mastigar e engolir. Pra depois cuspir no prato que você só lambeu. E com cara de nojo!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O meu carnaval

Como o carnaval já está aí, vou pegar carona nesse bloco. Mesmo não tendo fantasia ou abadá. Não tenho a pretensão de demonstrar conhecimento sobre o assunto, visto que o pouquíssimo que aprendi foi apenas teoria sobre as origens da folia, com mestres que eram meus consultores quando eu redigia para um site da editora Rio Samba & Carnaval. Falo do pesquisador Hiram Araújo, do falecido e meu querido ex-professor de faculdade, Roberto Moura, e dos carnavalescos Joãozinho Trinta e Renato Laje, bambas com os quais pude aprender um tiquinho. Na verdade, estou aqui para falar do clima, do astral. Daquilo que sente qualquer brasileiro ou estrangeiro em visita ao país nessa época abençoada. Não precisa ser culto, não precisa ter dinheiro. Todo mundo se diverte. E entra numa de sambar, pular, brincar e amar como se não houvesse amanhã. E é aí que está o ponto onde quero chegar.

Não quero dissertar sobre promiscuidade, sobre cultivarmos a pegação geral, a festa da carne. Quero falar dessa mania carnavalesca de cultivar a alegria acima de tudo. De esquecer a pobreza e contorná-la com criatividade. De debochar da corrupção por uns tempos. Relevar tudo “porque hoje é carnaval”. Quando pobres se misturam a ricos. Belas branquelas embolam os pés com mulatas frondosas. Celebridades fúteis são obrigadas a dividirem a atenção com pessoas realmente célebres do samba. Ignorantes permitem que os intelectuais esnobes se infiltrem em sua ala. Bibas, travecos, transformistas e sapatas provocam alegria com suas fantasias, ao invés dos tantos narizes tortos que receberam durante o resto do ano. São tantas as confraternizações! Por que é preciso ser carnaval para que isso tudo aconteça?

Talvez porque as pessoas estejam muito preocupadas em competir. Mostrar que são melhores do que os outros em alguma coisa. Porque as pessoas sentem necessidade de se agrupar em turminhas de iguais, para não se sentirem ameaçadas. Não sei. Não consigo entender muitos preconceitos. Só queria usar este espaço para mandar um recado para alguns amigos que idolatram o carnaval e fazem fama criticando seus diferentes. Como se eles não merecessem carinho, não fossem dignos de sua atenção. Como eles se divertem ridicularizando os outros só porque eles usam/gostam/ouvem/comem/compram outras roupas/músicas/comida/produtos! E agora aproveito para finalmente dizer minha grande motivação para escrever esse texto. Independente de meio social, ideologia política, raça, sexualidade e gostos culturais, o que faz de uma pessoa alguém que merece minha atenção é acima de tudo o seu caráter. Suas atitudes morais. Sua capacidade de se doar, de ouvir, de amar. O resto? Embrulha tudo e joga fora. Agora, com licença, que eu preciso desfrutar o meu carnaval. Descansando. Visitando pessoas muito queridas de quem a rotina e a distância infelizmente me afastam. Adoro sambar, dançar e pular, mas definitivamente não preciso esperar o carnaval para entrar nesse clima.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Sorria, estou no Bolsa de Mulher!

Amigos leitores,

Tenho três novidades:
1 - Meu livro "SORRIA, VOCÊ ESTÁ NA BARRA e outras histórias" foi tema de matéria da colunista Liliana de La Torre, do site Bolsa de Mulher. Leia aqui.
2 - Criei uma comunidade no orkut para meus leitores. Aqui.
3 - E agora, no blog http://sorriavoceestanabarra.blogspot.com/, você encontra tudo sobre meu livro.

Aproveito a ocasião para agradecer a todos que aderiram à comunidade, aos que ainda vão aderir, aos amigos e desconhecidos que me lêem, e também aos amigos e desconhecidos que não reclamam do meu e-mail semanal com minhas novidades. Devo ao acolhimento, críticas construtivas e elogios de vocês muito da minha disciplina em continuar escrevendo coisas novas, mesmo com mil outros trabalhos a fazer em paralelo. Obrigada, obrigada, obrigada!

Amo vocês!

Bjs,
Mari

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sintomas

Estou dodói. Muitos sintomas.

Por favor, clique aqui e veja se você pode me ajudar.

Bjs,
Mariana

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Preso no engarrafamento? Pratique o desapego! (artigo)

Quem mora em cidade grande provavelmente já deve ter se irritado com um problema urbano: o engarrafamento. Como moradora da Barra, infelizmente já fui vítima desse mal moderno. Mas isso é coisa do passado. A partir de agora, vou praticar o desapego.

Desapego da raiva que sinto de quem não aguenta esperar um segundo sequer enquanto o carro da frente dá a partida, logo após o sinal abrir. Desapego da angústia que cultivo ao constatar que só eu joguei o carro pro lado para dar passagem a uma ambulância. Será que eles não percebem que o quanto antes deixarem a ambulância passar, mais rápido ela chegará ao local do acidente que está atravancando o trânsito? E, com isso, o imbróglio se resolve mais ligeiro e seus carros finalmente conseguem sair do lugar?

Preciso me libertar ainda da incredulidade com que encaro o escândalo que o buzinaço alheio faz quando eu, respeitando a lei, deixo livre o cruzamento. Eles não sabem que o desrespeito é uma via de mão dupla? Não que eles tenham que pagar com encargos financeiros, por que aqui não se pune ninguém. A questão é que um erro individual estimula erros do colega ao lado. E também aumenta a sensação coletiva de antigos corretos, que pensam: "todo mundo faz, por que serei o único pateta a não fazer?" Ou: "Já que tive que ficar parado quando o sinal estava aberto pra mim, agora o outro inocente que espere também, ora!" E esses pensamentos se transformam em atitudes prejudiciais. Assim, uma simples raivinha momentânea vai repercutir logo logo, pois ao deixar outro infeliz empacado no cruzamento, você, mesmo sem querer, vai estimular um terceiro (a sua vítima) a fazer o mesmo que você. Assim, um vai influenciado e contagiando o outro e um dia, senão daqui a dois minutos, esse ciclo se fecha com você sendo a vítima! E lá estará você empacado no cruzamento porque o outro não respeitou a mesma regra que você desprezou.

E os desrespeitos sobre rodas não param por aí. O que são aqueles motoristas histéricos que cismam de buzinar insistentemente mesmo quando vêem que à sua frente está tudo parado? Parecem até criancinhas de fralda se esgoelando de chorar ao ver que o leitinho da mamãe não está em sua boca. Como se a progenitora estivesse negando o alimento só de sacanagem, coitadinhos! Eles não vêem que fazer barulho, nesse caso, só acirra ainda mais os ânimos dos milhares de outros motoristas que estão sofrendo tanto quanto eles, mas, por estarem poucos metros à frente, sabem o que está travando o trânsito? Sabem que não adianta berrar, digo, buzinar?

Noutro dia, os histéricos atrás de mim buzinaram tanto que me deu uma baita vontade de ter um mega-fone, pra avisar aos bebês-chorões: “Mesmo com o sinal aberto, não saímos do lugar porque o guarda de trânsito ordenou que não avançássemos, seus idiotas. Meu ouvido não é pinico!”. E o policial tomou essa atitude provavelmente porque o fluxo na outra rua era mais complicado e era necessária essa intervenção para que o trânsito fluísse melhor como um todo. Mas isso não convence os bebês-chorões, é claro. Eles desconhecem a existência do outro. O que importa é que alguém os impediu de engatinhar.

Não importa a eles que um pedestre, no meio da chuva, seja encharcado de lama quando eles passam com seus possantes pela poça, cheios de pressa. Não importa que o acostamento seja feito para uma emergência. Se tudo está lento, eles têm que burlar as leis para avançar mais alguns medíocres metros, ora bolas! Afinal, eles são gente pequena. Todo pequeno passo pra eles é um avanço e tanto, não é verdade? Sabe aquela noção que temos, quando crianças, de que uma pracinha com dois brinquedos é um enorme parque de diversões? Aquela impressão que temos de que o nosso micro mundinho é do tamanho do planeta Terra? É isso. Esses bebezões histéricos não cresceram, e continuam encarando o próprio quarto, o próprio carro e ainda o próprio umbigo cheio de vontades como a coisa mais importante do mundo. Coitados!

Acho que agora posso finalmente afirmar que já me desapeguei da raiva por essa gente. O que tenho é pena. Afinal, enquanto eles desperdiçam suas energias chorando com suas buzinas, deu tempo de eu escrever esse texto até a metade, num caderno, dentro do carro. Me deu até vontade de que ficar engarrafada mais um pouquinho...

E você, como reage no trânsito? Deixe o seu comentário clicando aqui embaixo. A autora aqui agradece! Por esses comentários no blog tenho conseguido conhecer novas pessoas e diminuir a saudade de muita gente querida. :)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Mulheres, sexo forte (crítica de cinema/artigo)

Acabei de assistir, em DVD, ao filme “Mulheres, sexo forte”. Final feliz previsível, Meg Ryan vivendo o mesmo irritante papel de desligadinha de sempre, diálogos de pessoas que de uma hora pra outra se auto-analisam num passe de mágica, mas com situações absolutamente fiéis aos inúmeros conflitos tipicamente femininos. A sobrecarga de tarefas de mãe, dona de casa, esposa, profissional, a questão do ter ou não ter filhos, trair ou não o marido e, se for traída, perdoar ou não o companheiro. Ok, sem novidades. E então, atenção: se você quer ver o filme sem saber o final, pare de ler aqui, agora! Pois eis que de repente, no meio do turbilhão, Meg Ryan e sua melhor amiga dão uma guinada espetacular. E o filme começa a ficar interessante. Mesmo explorando os dramas de maneira rápida e superficial, e por isso acabe dando impressão errônea às desavisadas. A idéia de que realizar todas essas mudanças é mais fácil do que se pensava. Não é bem assim, mas...

Meg descobre que precisa se achar. Depois de sair da aba do pai, ao ser demitida do emprego de estilista da empresa paterna, decide desenhar sua própria coleção de roupas. E o que eu mais gostei: a amiga dela, obcecada pela carreira, pede demissão de seu emprego dos sonhos. Descobriu que estava enganada quanto às suas prioridades. Ao invés de continuar sendo editora de revista feminina com modelos anoréxicas estampadas, resolve arrumar tempo pra namorar e cria uma revista com histórias de mulheres de verdade. Algumas mais velhas, outras enrugadas, fala da lésbica, enfim, cada uma na sua, mas todas com uma coisa em comum: uma amizade linda. Outra mensagem importante. Os maridos vem e podem até ir embora. Já as verdadeiras amigas são pra sempre. Por isso, é preciso cultivá-las mesmo quando não se tem tempo! Tempo se cria, quando se quer muito alguma coisa.

Além do admirável empreendedorismo de Meg e cia, ainda tem uma mulher altamente invejável no grupo rosinha. Quando está no parto do primeiro rebento masculino, a mãe de uma cacetada de filhos confessa às amigas: já traiu o marido, ele a perdoou, ou se resignou com o fato, e eles voltaram a ser felizes. Como é que a progenitora de tantas criancinhas lindas e igualmente levadas, sem ajuda de babá, ainda tem fôlego pra dar conta de marido e amante? Tenho inveja, confesso. Ah, sim! A Meg Ryan também resolve aceitar o marido de volta. Mas ao que tudo indica, ele promete largar a amante, vivida por aquela atriz latina que foi eleita a mulher mais sexy do ano. Isso é que é poder, hein, Meg Ryan?! Não lembro o nome da outra. É sensual mesmo, a diabinha. Aquela que fica com o Will Smith no filme "Hitch, conselheiro amoroso".

Também adorei perceber que a cintura da amante destruidora de lares tem o mesmo péssimo defeito que a minha cinturona e, mesmo assim, ela é considerada a mais sexy do ano na vida real! Tá bom, a cintura dela é muito melhor que a minha, mas aquela gordurinha chatinha também está instalada lá nas laterais da gostosa e ninguém repara. Como costumo dizer: mais uma prova de que a sensualidade não é feita apenas de pedaços de carne estéticamente perfeitos e sim de um todo desafiador, de um conjunto que transmite uma aura de poder sexual. Mas então, deixando pro final, vamos ao que mais me cativou no filme. Na verdade, foi o que me fez pegar o DVD. Falo do título. É claro que as mulheres são o sexo forte! Eu costumava dizer que queria ter nascido homem, porque a vida deles é mais fácil. Que nada! Isso é só charminho de mulherzinha. Pra mim, quanto mais difícil, melhor. Gosto de desafios. Bem ou mal, essa é mais uma das qualidades de muitas de nós, mulheres. Ah, sim! A gente não perde a cabeça por causa de time de futebol também. Mas isso é assunto pra outro artigo. Até o próximo.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Os príncipes e os Shreks (artigo)

Já estou casada há tanto tempo que até esqueço de escrever sobre a solteirice e aquela fase de "ficar" com um bando de desconhecidos sempre a procura do príncipe encantado. Salvo em poemas e contos, onde consigo me desapegar totalmente da minha realidade, aqui nos artigos acabo sempre falando de mim e de pessoas que me cercam. Mas então, mesmo com quase nenhuma amiga solteira no pedaço, vou tentar encarar o assunto, com um pézinho fincado na minha realidade de outrora. Foi lendo Martha Medeiros (adoro!!!) que tive vontade de tagarelar sobre o seguinte assunto: a eterna procura da mulher pra casar e do terrível príncipe encantado. Vocês já repararam como é custosa essa busca sem fim?

E não digo isso por ter me decepcionado. Não. Estou muito feliz no casamento. A quem interessar possa. Mas até o meu casamento é um ótimo exemplo de que, se formos ficar esperando pelo príncipe encantado, corremos o sério risco de deixar passar o grande amor da nossa vida. Sim! Eu fui uma que não me apaixonei pelo marido à primeira vista. Por mais que ele odeie que eu nos exponha tanto, tenho que confessar: nem eu, nem ele, estávamos tão interessados assim um no outro quando nos conhecemos, mas resolvemos ver no que dava. E deu. Ah, se deu! Quando fui ver, já não tinha escapatória: estava perdidamente apaixonada. Mas, por que estou falando disso? Elementar, caras solteiras e solteiros de plantão. Porque, se eu fosse levar ao pé da letra todas as minhas exigências, não teria começado a namorar com o meu marido. Aliás, nem ele teria me namorado, eu acho. Vou citar só dois motivos, pra ele não separar de mim de raiva: ele é mais novo do que eu e era - hoje não é mais - gordinho. Tanto os quilos a mais como a idade a menos pesam muito pouco. Ele tinha uns dois, três quilos a mais e apenas um ano a menos que eu, mas isso pra quem tinha acabado de sofrer por outra paixão e tinha um medo gigantesco de se apaixonar era o mesmo que dizer que o cara era gay, ou namorado da melhor amiga, ou seja, proibido, proibidão! Quanto a ele, não posso falar, posto que é um gentleman e, ao contrário de mim, é discrição pura, mas, mesmo assim, desconfio que ele também não teria vontade de sequer ficar comigo de cara se soubesse que meu cabelo era encaracolado (bendita escova!), se soubesse que penso tão diferente dele em tantas coisas importantes. Ele sempre gostou de cabelos lisos e deve ter tomado o maior susto quando me viu de cabelo armado, todo elétrico. Mas isso foi só no quinto encontro. Já tinha rolado muito papo, beijo, enfim...

O que importa, no final das contas, é que tanto eu como ele acabamos abrindo espaço um pro outro em nossas vidas e, quando nos demos conta, percebemos que foi o melhor que podíamos ter feito. Bom, pelo menos eu acho assim. Espero que ele também. E isso, caros solteiros, não aconteceu apenas conosco. Com uma grande amiga ocorreu um caso bastante semelhante. Separada de um cara, seu único amor, ela não queria ver homem nem pintado de ouro na sua frente. No entanto, quando um amigo de colégio apareceu, ela resolveu lhe dar um crédito. Ficou com o cara. Achou estranhíssimo e jurou de pé junto que, apesar de gostar muito dele como pessoa, a tal da "pele" não bateu de jeito nenhum. Pois bem. Um ou dois anos se passaram. Ela tornou a ficar com ele. E não é que dessa vez ela gostou? E depois de poucos reencontros, começou a se apaixonar de uma maneira que até então nunca experimentara. Hoje sai toda saltitante pela rua quando está prestes a se encontrar com o namorado. Nem parece mãe de família, avó e titia. Tá muito mais pra adolescente apaixonada!

E pra não ficar só em histórias femininas, lembro ainda do comentário de uma amiga sobre um amigo nosso em comum. Enquanto todos os meninos do colégio já estavam casados ou de namoro firme, nada do menino arrumar uma namorada. Ao que a tal amiga comentou: "O problema do fulano é que ele é muito exigente. Pra ficar com ele - um cara inteligentíssimo, diga-se de passagem - a mulher não pode só ser bonita, mas tem que ser inteligente, culta, bem de vida, magra, etc etc. Outro dia apresentei uma mulher que tinha tudo isso, mas ele não gostou. Disse que tinha o nariz grande." E não é que hoje em dia esse cara tá namorando firme uma menina que tem todas essas características, não é a tal amiga da amiga, mas coincidentemente também tem um nariz meio grande? Elementar, caros solteiros. O fato de ser inteligente na escola e no trabalho não faz da pessoa inteligente emocionalmente. Era isso que faltava no tal carinha. E acredito que é exatemente isso que ele está aprendendo com a bonitona e inteligente mulher do narigão (coitada, nem é tão grande assim). Falo de inteligência emocional. Para encontrar um grande amor, a mulher pra casar ou o príncipe encantado, não basta ser lindo, loiro, inteligente, rico, maravilhoso. Tem que ter inteligência emocional e menos preconceito, tem que estar aberto para os Shrecks da vida. Tem que ver que os ogros também amam e merecem ser amados. E muitas vezes são mil vezes melhor do que os príncipes. Seja você uma Princesa Fiona-Ogra ou Cinderela da vida. Afinal, nem tudo é faz de conta. Além do que ensina o maravilhoso e moderno Shrek, existe um conto de fadas bem mais antigo mas não menos realista. Ou você nunca ouviu falar no sapo que vira príncipe depois de beijado?