quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Índice

Tudo sobre o meu livro - Release, vendas, matérias publicadas na imprensa, comunidade no orkut...

Deixa o grão se misturar (artigo) - Sobre pequenos, mas não menos prejudiciais, preconceitos. Confira.

O meu carnaval (artigo) - Não preciso da festa para entrar no clima. Nesse ano, passei descansando. E você? Clique aqui antes de responder.

Sorria, estou no Bolsa de Mulher (notícias) - Matérias na imprensa, comunidade no orkut e novidades sobre meu livro. Veja aqui!

Sintomas (poema) - Você já teve essa doença? Saiba aqui.

Preso no engarrafamento? (artigo) - Eu ando praticando o desapego. Entenda.

Mulheres, Sexo Forte (crítica de cinema / artigo) - É possível aprender alguma coisa até com a Meg Ryan atuando no mesmo papel de sempre... Leia a crítica.

Os príncipes e os Shreks (artigo) - Um conto de fadas real. Saiba mais.

Sobre a inveja (artigo) - Será mesmo que a inveja alheia é assim tão prejudicial? Leia o texto e tire suas próprias conclusões!

Realidade ou ficção? Eis a questão! (artigo) - Quem disse que a gente já viveu tudo o que a gente escreveu?! Não é bem assim... Leia aqui.

Noite feliz - Texto e fotos do lançamento do meu livro "SORRIA, VOCÊ ESTÁ NA BARRA e outras histórias". Confira.

A síndrome do legume (artigo) - Esse é o nome que uso para designar um comportamento tipicamente infantil, repetido por muita gente durante outras fases da vida. Saiba mais.

Dias de sol (conto) - Lembro-me dos domingos na praia. Picolé gelado, biscoito Globo, matte Leão de garrafão. Lembro-me de tardes inteiras naquele bar da Avenida Atlântica... Clique aqui para ler.

Por que falar de sexo ainda choca as pessoas? (artigo) - Leia aqui.

Alice no país das maravilhas (conto erótico) - "Alice já tinha 42 anos e nunca havia aproveitado tanto uma transa como fazia com essa..." Continue a ler.

Juliana e o coelho (conto) - "Juliana era casada há cinco anos, mas se sentia sozinha. Maurício viajava muito a trabalho. Então ela resolveu que merecia um vibrador..." Leia mais!

Crise dos 30 (artigo) - Quem nunca passou por essa fase que atire a primeira pedra! Saiba mais.

O verdadeiro amor (artigo) - Você gosta de receber aqueles arquivos de powerpoint com músicas bregas e mensagens edificantes? Eu até gosto, mas será que quem nos manda essas correntes realmente sabe ler a mensagem e incorporar os ensinamentos para a própria vida? Leia aqui.

No elevador (conto erótico) - Daniela só não podia imaginar que iria unir dois desejos num só: traçar o vizinho e ainda por cima no elevador! Confira.

Final Feliz (conto) - Cuidado com o que você deseja. Seus sonhos podem ser realizados. Olha só o que aconteceu com o João.

Domingo (artigo) - Sabe aqueles dias em que você não quer pensar? Clique aqui para ler!

Perguntas sem resposta - sobre comunicação online (crônica/artigo) - Quando você esquece o celular em casa, sente como se tivesse esquecido a cabeça? E se ficar mais de três dias sem acessar o e-mail, fica com medo de estar perdendo alguma coisa muito importante? Então você tem que ler esse texto!

Melhor do que ontem (artigo) - As olimpíadas acabaram, mas ainda resta a dúvida: você anda competindo com o resto do mundo ou com si próprio? Leia aqui antes de responder.

Decrescimento é a palavra (artigo) - Não é o tempo que passa mais rápido e sim as pessoas que estão correndo. Quem anda voando não são os dias e sim as pessoas. Mas seres humanos não foram feitos para voar e sim para andar... Saiba o que é decrescimento sustentável!

Missão: aprender (artigo)- Quem acha que só tem a ensinar perde uma grande oportunidade de aprender. Leia aqui.

Você já chateou hoje? (crônica/artigo)- Mais uma da série sobre comunicação via web. Confira!

Refém de si próprio (artigo) - Ninguém nos faz sofrer se a gente não der abertura para isso. Veja aqui o que me motivou a escrever isso!

Geração MSN e Amizades Virtuais (artigos) - Há algum tempo, escrevi sobre essa estranha mania do povo de acumular amigos e se fazer "ouvir" via web. Confira aqui a primeira reflexão, e aqui a segunda.

Ser ou parecer? Eis a questão (poema) - Não se deixe levar pelas aparências... Leia aqui.

Idiotas Completos (poema) - Não excluo pessoas / e sim atitudes / Todos têm seus vícios /mas também suas virtudes... Leia mais

Algemas Gilmar Mendicator (humor) - Cansado de ter sua prisão preventiva decretada injustamente? Você não aguenta mais aparecer na TV com aquelas algemas horrorosas e ordinárias? Seus problemas acabaram! Confira a propaganda do produto revolucionário das Organizações Tabajaras* para Daniel Dantas e afins! Aqui.

Quando te vejo (poema erótico) - ...Minha fala se cala / e se tranca em minha boca /explode no desejo por teu beijo / e me faz tirar a roupa... Continue a ler

Na calada da noite (miniconto) - Quem vem lá? Leia aqui.

Sobre o medo (artigo) - ... É como se ele acendesse uma luzinha que nos protege em determinadas situações. O problema é quando essa luz acende na hora errada e acaba ofuscando as visões, cegando temporariamente as pessoas que estão por perto. É aí que mora o verdadeiro perigo. É dessa cegueira que se deve ter medo... Saiba mais.

Sobre a prisão dos militares gays (artigo) - Leia o artigo que fala de homofobia e hipocrisia.

Acúmulos e fartura - (conto) Confira a história de uma menina que fez uma verdadeira faxina em sua vida, para ir em busca da maior riqueza do mundo: a felicidade.

A verdadeira aliança (artigo) - Casamento nenhum me forçará a usar um anel! Entenda porquê.

Repaixão (poema erótico) - Estou apaixonada mais uma vez / Encantada com tua voz / Teus olhos negros tão profundos /de ti me inundo, vontade atroz... De quem eu tenho vontade? Essa é fácil.

Minhas Duas Caras (artigo) - Reflexões sobre a novela Confira.

Degusta-me (poema erótico) - Degusta-me bem devagar /Hoje quero teu carinho. / Me faz beber, te ver, dançar, que eu tiro a roupa do seu caminho... Leia mais!

Me ama (poema erótico) - ...Encara meus olhos / E chega mais perto /Encosta em meu corpo / Teu membro ereto... Continua aqui

Amor literário (poema) - Porque toda forma de amar vale a pena

Traição (artigo) - Não há traição maior do que a traição a si próprio. Leia o artigo

Agora (poema erótico) - Mulheres preferem sexo com amor? Nem sempre... Confira o que elas querem agora!

O caso Ronaldo (artigo) - Por que o verdadeiro travesti é o Ronaldo e não suas companhias naquela fatídica noite? Eu respondo!

Hereditariedade (poema) - ...Nosso cordão não se cortou e teu ventre ainda me abriga. O teu rasgo cicatrizou, e arde em mim a tua ferida... Continua aqui

A mimada e o batalhador (conto) - "Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?..." Conheça uma história de amor

O que os livros fizeram por mim (artigo) - Você não é só o que come, mas também o que vê, ouve, sente e lê. Pense nisso quando for escolher o que fazer com o seu tempo! * todos os textos são de minha autoria

Deixa o grão se misturar

Por que no mundo há tanto preconceito? Não me refiro apenas aos tradicionais: de raça, sexo, idade, posição social ou financeira. Às vezes são diferenças tão sutis. É uma necessidade de se sobressair. Uma teimosia em se afastar ou deixar bem claro que não tem nada com aquele sujeito ali só porque ele representa um mundo que o teimoso não curte. Ou só porque um determinado grupo do qual ele faz parte isola o sujeito da panela. Ele pode até gostar do sujeito, mas já que a panelinha o isola, é melhor fazer o jogo, não é mesmo? E essa coisa de não querer sequer conhecer um fulano porque ele aparenta ser de um mundo com cultura, meio social ou financeiro totalmente diferente do seu? É isso mesmo que importa na vida? Com quem você aprende mais: com quem é igual, ou com quem é diferente de você?

Alguns dizem: quem é eclético e diz que gosta de tudo, na verdade não gosta de nada. Pois eu digo, tenho lá minhas preferências, claro, mas a maior delas é ter ojeriza a tédio, rotina, repetição. Que graça tem sempre só frequentar o grupo do samba, só ser da turma do rock, só viver nos bailinhos de dança de salão, só viver com um livro na mão? Eu que gosto de tudo isso, tenho dia que tô pro samba, tenho as horas semanais para meus livros, tenho a noite do zouk, forró e salsa, tenho o dia que é do rock. E não me perturbo em misturar tudo. "Samba-rock não presta, não é puro", dirão alguns. Eu adoro uma mistureba. Desde que bem-feita, claro. E isso não exclui ou substitui o valor de um samba de raiz. Pelo contrário. São duas coisas diferentes. Cada uma com suas qualidades. Porque assim como há artistas bons em diversos gêneros, há gente boa e gente ruim em todas essas tribinhos. É por isso que sempre fui uma pescadora. Frequentava várias tribos diferentes e de cada uma delas ia pescando uma pessoa para a minha tribo: a turma dos meus amigos. E o mais engraçado de tudo era que eu sempre misturava aquele povo, um não tinha nada a ver com o outro, eu também era completamente diferente de todos, e, mesmo assim, tudo sempre acabava em samba, pizza, balada, alegria, carinho, aprendizado.

E eu não sou pior nem melhor do que ninguém por não me definir. Pelo contrário. Eu me defino bem: topo tudo. Topo tudo o que me enriquecer culturalmente, me ensinar moralmente, me confortar emocionalmente. E isso não necessariamente acontece apenas com culturas próximas da minha realidade ou as tidas como elevadas, com as pessoas mais éticas ou com os amigos parecidos comigo. Inúmeras vezes, nos enriquecemos muito mais com uma cultura distante, errante ou massificante, aprendemos muito com uma pessoa sem-caráter ou perturbada e nos consolamos com um sujeito que definitivamente não tem nada a ver conosco. Isso faz parte desse mundão gigante, que só tem a acrescentar a esse ínfimo grão de areia que eu sou. E que serei. E até quando não sei!

Por isso, continuo sendo feliz assim. Deixa o grãozinho aqui se misturar, deixa o grãozinho experimentar, aprender, acreditar. E se você é um grão de arroz que não quer se misturar, boa pureza pra você. Por isso não se suje perdendo seu tempo a criticar, a reclamar do feijão que você sequer se deu ao trabalho de comer, mastigar e engolir. Pra depois cuspir no prato que você só lambeu. E com cara de nojo!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O meu carnaval

Como o carnaval já está aí, vou pegar carona nesse bloco. Mesmo não tendo fantasia ou abadá. Não tenho a pretensão de demonstrar conhecimento sobre o assunto, visto que o pouquíssimo que aprendi foi apenas teoria sobre as origens da folia, com mestres que eram meus consultores quando eu redigia para um site da editora Rio Samba & Carnaval. Falo do pesquisador Hiram Araújo, do falecido e meu querido ex-professor de faculdade, Roberto Moura, e dos carnavalescos Joãozinho Trinta e Renato Laje, bambas com os quais pude aprender um tiquinho. Na verdade, estou aqui para falar do clima, do astral. Daquilo que sente qualquer brasileiro ou estrangeiro em visita ao país nessa época abençoada. Não precisa ser culto, não precisa ter dinheiro. Todo mundo se diverte. E entra numa de sambar, pular, brincar e amar como se não houvesse amanhã. E é aí que está o ponto onde quero chegar.

Não quero dissertar sobre promiscuidade, sobre cultivarmos a pegação geral, a festa da carne. Quero falar dessa mania carnavalesca de cultivar a alegria acima de tudo. De esquecer a pobreza e contorná-la com criatividade. De debochar da corrupção por uns tempos. Relevar tudo “porque hoje é carnaval”. Quando pobres se misturam a ricos. Belas branquelas embolam os pés com mulatas frondosas. Celebridades fúteis são obrigadas a dividirem a atenção com pessoas realmente célebres do samba. Ignorantes permitem que os intelectuais esnobes se infiltrem em sua ala. Bibas, travecos, transformistas e sapatas provocam alegria com suas fantasias, ao invés dos tantos narizes tortos que receberam durante o resto do ano. São tantas as confraternizações! Por que é preciso ser carnaval para que isso tudo aconteça?

Talvez porque as pessoas estejam muito preocupadas em competir. Mostrar que são melhores do que os outros em alguma coisa. Porque as pessoas sentem necessidade de se agrupar em turminhas de iguais, para não se sentirem ameaçadas. Não sei. Não consigo entender muitos preconceitos. Só queria usar este espaço para mandar um recado para alguns amigos que idolatram o carnaval e fazem fama criticando seus diferentes. Como se eles não merecessem carinho, não fossem dignos de sua atenção. Como eles se divertem ridicularizando os outros só porque eles usam/gostam/ouvem/comem/compram outras roupas/músicas/comida/produtos! E agora aproveito para finalmente dizer minha grande motivação para escrever esse texto. Independente de meio social, ideologia política, raça, sexualidade e gostos culturais, o que faz de uma pessoa alguém que merece minha atenção é acima de tudo o seu caráter. Suas atitudes morais. Sua capacidade de se doar, de ouvir, de amar. O resto? Embrulha tudo e joga fora. Agora, com licença, que eu preciso desfrutar o meu carnaval. Descansando. Visitando pessoas muito queridas de quem a rotina e a distância infelizmente me afastam. Adoro sambar, dançar e pular, mas definitivamente não preciso esperar o carnaval para entrar nesse clima.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Sorria, estou no Bolsa de Mulher!

Amigos leitores,

Tenho três novidades:
1 - Meu livro "SORRIA, VOCÊ ESTÁ NA BARRA e outras histórias" foi tema de matéria da colunista Liliana de La Torre, do site Bolsa de Mulher. Leia aqui.
2 - Criei uma comunidade no orkut para meus leitores. Aqui.
3 - E agora, no blog http://sorriavoceestanabarra.blogspot.com/, você encontra tudo sobre meu livro.

Aproveito a ocasião para agradecer a todos que aderiram à comunidade, aos que ainda vão aderir, aos amigos e desconhecidos que me lêem, e também aos amigos e desconhecidos que não reclamam do meu e-mail semanal com minhas novidades. Devo ao acolhimento, críticas construtivas e elogios de vocês muito da minha disciplina em continuar escrevendo coisas novas, mesmo com mil outros trabalhos a fazer em paralelo. Obrigada, obrigada, obrigada!

Amo vocês!

Bjs,
Mari

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sintomas

Estou dodói. Muitos sintomas.

Por favor, clique aqui e veja se você pode me ajudar.

Bjs,
Mariana

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Preso no engarrafamento? Pratique o desapego! (artigo)

Quem mora em cidade grande provavelmente já deve ter se irritado com um problema urbano: o engarrafamento. Como moradora da Barra, infelizmente já fui vítima desse mal moderno. Mas isso é coisa do passado. A partir de agora, vou praticar o desapego.

Desapego da raiva que sinto de quem não aguenta esperar um segundo sequer enquanto o carro da frente dá a partida, logo após o sinal abrir. Desapego da angústia que cultivo ao constatar que só eu joguei o carro pro lado para dar passagem a uma ambulância. Será que eles não percebem que o quanto antes deixarem a ambulância passar, mais rápido ela chegará ao local do acidente que está atravancando o trânsito? E, com isso, o imbróglio se resolve mais ligeiro e seus carros finalmente conseguem sair do lugar?

Preciso me libertar ainda da incredulidade com que encaro o escândalo que o buzinaço alheio faz quando eu, respeitando a lei, deixo livre o cruzamento. Eles não sabem que o desrespeito é uma via de mão dupla? Não que eles tenham que pagar com encargos financeiros, por que aqui não se pune ninguém. A questão é que um erro individual estimula erros do colega ao lado. E também aumenta a sensação coletiva de antigos corretos, que pensam: "todo mundo faz, por que serei o único pateta a não fazer?" Ou: "Já que tive que ficar parado quando o sinal estava aberto pra mim, agora o outro inocente que espere também, ora!" E esses pensamentos se transformam em atitudes prejudiciais. Assim, uma simples raivinha momentânea vai repercutir logo logo, pois ao deixar outro infeliz empacado no cruzamento, você, mesmo sem querer, vai estimular um terceiro (a sua vítima) a fazer o mesmo que você. Assim, um vai influenciado e contagiando o outro e um dia, senão daqui a dois minutos, esse ciclo se fecha com você sendo a vítima! E lá estará você empacado no cruzamento porque o outro não respeitou a mesma regra que você desprezou.

E os desrespeitos sobre rodas não param por aí. O que são aqueles motoristas histéricos que cismam de buzinar insistentemente mesmo quando vêem que à sua frente está tudo parado? Parecem até criancinhas de fralda se esgoelando de chorar ao ver que o leitinho da mamãe não está em sua boca. Como se a progenitora estivesse negando o alimento só de sacanagem, coitadinhos! Eles não vêem que fazer barulho, nesse caso, só acirra ainda mais os ânimos dos milhares de outros motoristas que estão sofrendo tanto quanto eles, mas, por estarem poucos metros à frente, sabem o que está travando o trânsito? Sabem que não adianta berrar, digo, buzinar?

Noutro dia, os histéricos atrás de mim buzinaram tanto que me deu uma baita vontade de ter um mega-fone, pra avisar aos bebês-chorões: “Mesmo com o sinal aberto, não saímos do lugar porque o guarda de trânsito ordenou que não avançássemos, seus idiotas. Meu ouvido não é pinico!”. E o policial tomou essa atitude provavelmente porque o fluxo na outra rua era mais complicado e era necessária essa intervenção para que o trânsito fluísse melhor como um todo. Mas isso não convence os bebês-chorões, é claro. Eles desconhecem a existência do outro. O que importa é que alguém os impediu de engatinhar.

Não importa a eles que um pedestre, no meio da chuva, seja encharcado de lama quando eles passam com seus possantes pela poça, cheios de pressa. Não importa que o acostamento seja feito para uma emergência. Se tudo está lento, eles têm que burlar as leis para avançar mais alguns medíocres metros, ora bolas! Afinal, eles são gente pequena. Todo pequeno passo pra eles é um avanço e tanto, não é verdade? Sabe aquela noção que temos, quando crianças, de que uma pracinha com dois brinquedos é um enorme parque de diversões? Aquela impressão que temos de que o nosso micro mundinho é do tamanho do planeta Terra? É isso. Esses bebezões histéricos não cresceram, e continuam encarando o próprio quarto, o próprio carro e ainda o próprio umbigo cheio de vontades como a coisa mais importante do mundo. Coitados!

Acho que agora posso finalmente afirmar que já me desapeguei da raiva por essa gente. O que tenho é pena. Afinal, enquanto eles desperdiçam suas energias chorando com suas buzinas, deu tempo de eu escrever esse texto até a metade, num caderno, dentro do carro. Me deu até vontade de que ficar engarrafada mais um pouquinho...

E você, como reage no trânsito? Deixe o seu comentário clicando aqui embaixo. A autora aqui agradece! Por esses comentários no blog tenho conseguido conhecer novas pessoas e diminuir a saudade de muita gente querida. :)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Mulheres, sexo forte (crítica de cinema/artigo)

Acabei de assistir, em DVD, ao filme “Mulheres, sexo forte”. Final feliz previsível, Meg Ryan vivendo o mesmo irritante papel de desligadinha de sempre, diálogos de pessoas que de uma hora pra outra se auto-analisam num passe de mágica, mas com situações absolutamente fiéis aos inúmeros conflitos tipicamente femininos. A sobrecarga de tarefas de mãe, dona de casa, esposa, profissional, a questão do ter ou não ter filhos, trair ou não o marido e, se for traída, perdoar ou não o companheiro. Ok, sem novidades. E então, atenção: se você quer ver o filme sem saber o final, pare de ler aqui, agora! Pois eis que de repente, no meio do turbilhão, Meg Ryan e sua melhor amiga dão uma guinada espetacular. E o filme começa a ficar interessante. Mesmo explorando os dramas de maneira rápida e superficial, e por isso acabe dando impressão errônea às desavisadas. A idéia de que realizar todas essas mudanças é mais fácil do que se pensava. Não é bem assim, mas...

Meg descobre que precisa se achar. Depois de sair da aba do pai, ao ser demitida do emprego de estilista da empresa paterna, decide desenhar sua própria coleção de roupas. E o que eu mais gostei: a amiga dela, obcecada pela carreira, pede demissão de seu emprego dos sonhos. Descobriu que estava enganada quanto às suas prioridades. Ao invés de continuar sendo editora de revista feminina com modelos anoréxicas estampadas, resolve arrumar tempo pra namorar e cria uma revista com histórias de mulheres de verdade. Algumas mais velhas, outras enrugadas, fala da lésbica, enfim, cada uma na sua, mas todas com uma coisa em comum: uma amizade linda. Outra mensagem importante. Os maridos vem e podem até ir embora. Já as verdadeiras amigas são pra sempre. Por isso, é preciso cultivá-las mesmo quando não se tem tempo! Tempo se cria, quando se quer muito alguma coisa.

Além do admirável empreendedorismo de Meg e cia, ainda tem uma mulher altamente invejável no grupo rosinha. Quando está no parto do primeiro rebento masculino, a mãe de uma cacetada de filhos confessa às amigas: já traiu o marido, ele a perdoou, ou se resignou com o fato, e eles voltaram a ser felizes. Como é que a progenitora de tantas criancinhas lindas e igualmente levadas, sem ajuda de babá, ainda tem fôlego pra dar conta de marido e amante? Tenho inveja, confesso. Ah, sim! A Meg Ryan também resolve aceitar o marido de volta. Mas ao que tudo indica, ele promete largar a amante, vivida por aquela atriz latina que foi eleita a mulher mais sexy do ano. Isso é que é poder, hein, Meg Ryan?! Não lembro o nome da outra. É sensual mesmo, a diabinha. Aquela que fica com o Will Smith no filme "Hitch, conselheiro amoroso".

Também adorei perceber que a cintura da amante destruidora de lares tem o mesmo péssimo defeito que a minha cinturona e, mesmo assim, ela é considerada a mais sexy do ano na vida real! Tá bom, a cintura dela é muito melhor que a minha, mas aquela gordurinha chatinha também está instalada lá nas laterais da gostosa e ninguém repara. Como costumo dizer: mais uma prova de que a sensualidade não é feita apenas de pedaços de carne estéticamente perfeitos e sim de um todo desafiador, de um conjunto que transmite uma aura de poder sexual. Mas então, deixando pro final, vamos ao que mais me cativou no filme. Na verdade, foi o que me fez pegar o DVD. Falo do título. É claro que as mulheres são o sexo forte! Eu costumava dizer que queria ter nascido homem, porque a vida deles é mais fácil. Que nada! Isso é só charminho de mulherzinha. Pra mim, quanto mais difícil, melhor. Gosto de desafios. Bem ou mal, essa é mais uma das qualidades de muitas de nós, mulheres. Ah, sim! A gente não perde a cabeça por causa de time de futebol também. Mas isso é assunto pra outro artigo. Até o próximo.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Os príncipes e os Shreks (artigo)

Já estou casada há tanto tempo que até esqueço de escrever sobre a solteirice e aquela fase de "ficar" com um bando de desconhecidos sempre a procura do príncipe encantado. Salvo em poemas e contos, onde consigo me desapegar totalmente da minha realidade, aqui nos artigos acabo sempre falando de mim e de pessoas que me cercam. Mas então, mesmo com quase nenhuma amiga solteira no pedaço, vou tentar encarar o assunto, com um pézinho fincado na minha realidade de outrora. Foi lendo Martha Medeiros (adoro!!!) que tive vontade de tagarelar sobre o seguinte assunto: a eterna procura da mulher pra casar e do terrível príncipe encantado. Vocês já repararam como é custosa essa busca sem fim?

E não digo isso por ter me decepcionado. Não. Estou muito feliz no casamento. A quem interessar possa. Mas até o meu casamento é um ótimo exemplo de que, se formos ficar esperando pelo príncipe encantado, corremos o sério risco de deixar passar o grande amor da nossa vida. Sim! Eu fui uma que não me apaixonei pelo marido à primeira vista. Por mais que ele odeie que eu nos exponha tanto, tenho que confessar: nem eu, nem ele, estávamos tão interessados assim um no outro quando nos conhecemos, mas resolvemos ver no que dava. E deu. Ah, se deu! Quando fui ver, já não tinha escapatória: estava perdidamente apaixonada. Mas, por que estou falando disso? Elementar, caras solteiras e solteiros de plantão. Porque, se eu fosse levar ao pé da letra todas as minhas exigências, não teria começado a namorar com o meu marido. Aliás, nem ele teria me namorado, eu acho. Vou citar só dois motivos, pra ele não separar de mim de raiva: ele é mais novo do que eu e era - hoje não é mais - gordinho. Tanto os quilos a mais como a idade a menos pesam muito pouco. Ele tinha uns dois, três quilos a mais e apenas um ano a menos que eu, mas isso pra quem tinha acabado de sofrer por outra paixão e tinha um medo gigantesco de se apaixonar era o mesmo que dizer que o cara era gay, ou namorado da melhor amiga, ou seja, proibido, proibidão! Quanto a ele, não posso falar, posto que é um gentleman e, ao contrário de mim, é discrição pura, mas, mesmo assim, desconfio que ele também não teria vontade de sequer ficar comigo de cara se soubesse que meu cabelo era encaracolado (bendita escova!), se soubesse que penso tão diferente dele em tantas coisas importantes. Ele sempre gostou de cabelos lisos e deve ter tomado o maior susto quando me viu de cabelo armado, todo elétrico. Mas isso foi só no quinto encontro. Já tinha rolado muito papo, beijo, enfim...

O que importa, no final das contas, é que tanto eu como ele acabamos abrindo espaço um pro outro em nossas vidas e, quando nos demos conta, percebemos que foi o melhor que podíamos ter feito. Bom, pelo menos eu acho assim. Espero que ele também. E isso, caros solteiros, não aconteceu apenas conosco. Com uma grande amiga ocorreu um caso bastante semelhante. Separada de um cara, seu único amor, ela não queria ver homem nem pintado de ouro na sua frente. No entanto, quando um amigo de colégio apareceu, ela resolveu lhe dar um crédito. Ficou com o cara. Achou estranhíssimo e jurou de pé junto que, apesar de gostar muito dele como pessoa, a tal da "pele" não bateu de jeito nenhum. Pois bem. Um ou dois anos se passaram. Ela tornou a ficar com ele. E não é que dessa vez ela gostou? E depois de poucos reencontros, começou a se apaixonar de uma maneira que até então nunca experimentara. Hoje sai toda saltitante pela rua quando está prestes a se encontrar com o namorado. Nem parece mãe de família, avó e titia. Tá muito mais pra adolescente apaixonada!

E pra não ficar só em histórias femininas, lembro ainda do comentário de uma amiga sobre um amigo nosso em comum. Enquanto todos os meninos do colégio já estavam casados ou de namoro firme, nada do menino arrumar uma namorada. Ao que a tal amiga comentou: "O problema do fulano é que ele é muito exigente. Pra ficar com ele - um cara inteligentíssimo, diga-se de passagem - a mulher não pode só ser bonita, mas tem que ser inteligente, culta, bem de vida, magra, etc etc. Outro dia apresentei uma mulher que tinha tudo isso, mas ele não gostou. Disse que tinha o nariz grande." E não é que hoje em dia esse cara tá namorando firme uma menina que tem todas essas características, não é a tal amiga da amiga, mas coincidentemente também tem um nariz meio grande? Elementar, caros solteiros. O fato de ser inteligente na escola e no trabalho não faz da pessoa inteligente emocionalmente. Era isso que faltava no tal carinha. E acredito que é exatemente isso que ele está aprendendo com a bonitona e inteligente mulher do narigão (coitada, nem é tão grande assim). Falo de inteligência emocional. Para encontrar um grande amor, a mulher pra casar ou o príncipe encantado, não basta ser lindo, loiro, inteligente, rico, maravilhoso. Tem que ter inteligência emocional e menos preconceito, tem que estar aberto para os Shrecks da vida. Tem que ver que os ogros também amam e merecem ser amados. E muitas vezes são mil vezes melhor do que os príncipes. Seja você uma Princesa Fiona-Ogra ou Cinderela da vida. Afinal, nem tudo é faz de conta. Além do que ensina o maravilhoso e moderno Shrek, existe um conto de fadas bem mais antigo mas não menos realista. Ou você nunca ouviu falar no sapo que vira príncipe depois de beijado?