quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Mulheres, sexo forte (crítica de cinema/artigo)

Acabei de assistir, em DVD, ao filme “Mulheres, sexo forte”. Final feliz previsível, Meg Ryan vivendo o mesmo irritante papel de desligadinha de sempre, diálogos de pessoas que de uma hora pra outra se auto-analisam num passe de mágica, mas com situações absolutamente fiéis aos inúmeros conflitos tipicamente femininos. A sobrecarga de tarefas de mãe, dona de casa, esposa, profissional, a questão do ter ou não ter filhos, trair ou não o marido e, se for traída, perdoar ou não o companheiro. Ok, sem novidades. E então, atenção: se você quer ver o filme sem saber o final, pare de ler aqui, agora! Pois eis que de repente, no meio do turbilhão, Meg Ryan e sua melhor amiga dão uma guinada espetacular. E o filme começa a ficar interessante. Mesmo explorando os dramas de maneira rápida e superficial, e por isso acabe dando impressão errônea às desavisadas. A idéia de que realizar todas essas mudanças é mais fácil do que se pensava. Não é bem assim, mas...

Meg descobre que precisa se achar. Depois de sair da aba do pai, ao ser demitida do emprego de estilista da empresa paterna, decide desenhar sua própria coleção de roupas. E o que eu mais gostei: a amiga dela, obcecada pela carreira, pede demissão de seu emprego dos sonhos. Descobriu que estava enganada quanto às suas prioridades. Ao invés de continuar sendo editora de revista feminina com modelos anoréxicas estampadas, resolve arrumar tempo pra namorar e cria uma revista com histórias de mulheres de verdade. Algumas mais velhas, outras enrugadas, fala da lésbica, enfim, cada uma na sua, mas todas com uma coisa em comum: uma amizade linda. Outra mensagem importante. Os maridos vem e podem até ir embora. Já as verdadeiras amigas são pra sempre. Por isso, é preciso cultivá-las mesmo quando não se tem tempo! Tempo se cria, quando se quer muito alguma coisa.

Além do admirável empreendedorismo de Meg e cia, ainda tem uma mulher altamente invejável no grupo rosinha. Quando está no parto do primeiro rebento masculino, a mãe de uma cacetada de filhos confessa às amigas: já traiu o marido, ele a perdoou, ou se resignou com o fato, e eles voltaram a ser felizes. Como é que a progenitora de tantas criancinhas lindas e igualmente levadas, sem ajuda de babá, ainda tem fôlego pra dar conta de marido e amante? Tenho inveja, confesso. Ah, sim! A Meg Ryan também resolve aceitar o marido de volta. Mas ao que tudo indica, ele promete largar a amante, vivida por aquela atriz latina que foi eleita a mulher mais sexy do ano. Isso é que é poder, hein, Meg Ryan?! Não lembro o nome da outra. É sensual mesmo, a diabinha. Aquela que fica com o Will Smith no filme "Hitch, conselheiro amoroso".

Também adorei perceber que a cintura da amante destruidora de lares tem o mesmo péssimo defeito que a minha cinturona e, mesmo assim, ela é considerada a mais sexy do ano na vida real! Tá bom, a cintura dela é muito melhor que a minha, mas aquela gordurinha chatinha também está instalada lá nas laterais da gostosa e ninguém repara. Como costumo dizer: mais uma prova de que a sensualidade não é feita apenas de pedaços de carne estéticamente perfeitos e sim de um todo desafiador, de um conjunto que transmite uma aura de poder sexual. Mas então, deixando pro final, vamos ao que mais me cativou no filme. Na verdade, foi o que me fez pegar o DVD. Falo do título. É claro que as mulheres são o sexo forte! Eu costumava dizer que queria ter nascido homem, porque a vida deles é mais fácil. Que nada! Isso é só charminho de mulherzinha. Pra mim, quanto mais difícil, melhor. Gosto de desafios. Bem ou mal, essa é mais uma das qualidades de muitas de nós, mulheres. Ah, sim! A gente não perde a cabeça por causa de time de futebol também. Mas isso é assunto pra outro artigo. Até o próximo.

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