sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Coco Avant Chanel

No filme “Coco Avant Chanel”, sobre a vida da mulher que revolucionou a moda feminina, dois romances dela foram contados. Minha mãe, que me convidou para o excelente lazer, comentou: “O primeiro a amou mais, pois ele sim quis casar com ela”. Mas, para casar, ele queria que ela parasse de trabalhar para ser sua dama. Depois, quando viu que iria perdê-la para o trabalho, aceitou que ela ficasse apenas desenhando chapéus para as mulheres de uma pequena cidade, vilarejo, sei lá o que era aquele lugar. Só sei que não era Paris, não era metrópole. O fato é que foi graças ao segundo homem de Coco (o homem que casou com outra por interesse) que a cidade das luzes, reduto de tantos fashionistas até hoje, pôde enfim conhecer Miss Chanel. Mais do que isso. Foi graças ao incentivo dele, não só financeiro, mas também moral, que a menina órfã que sonhava com o luxo investiu no seu sonho de fazer as mulheres se vestirem de maneira mais sóbria e elegante, conquistando tanto sucesso e revolucionando a maneira de se vestir. Foi graças a ele que Gabrielle desenvolveu seu verdadeiro dom. Então, quem mais a amou? O homem que a queria manter sempre perto, a ponto de poder puxá-la pelo cabresto, ou o homem que a manteve como amante, foi morar longe, mas a amou desde o início pelo que ela é? E ainda a fez investir em si mesma? Quisera eu ter um homem com H maiúsculo, que, mesmo sendo apenas meu amante, incentivasse minha arte, apostasse em mim, ao invés de me sustentar e ficar cobrando que eu me rendesse ao sistema e virasse uma cópia de saia da pessoa dele. Aí sim me sentiria amada. Mas tudo bem. Eu chego lá sozinha. E quer saber? Vai ser muito melhor assim.