terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Sobre a inveja (artigo)

Hoje resolvi falar sobre a inveja. Acho que a melhor definição pra essa palavra é mesmo aquela citação popular, que diz que a inveja é uma m&#*@. O problema é que, frequentemente, ouço pessoas dizerem que temos que nos proteger desse mal, porque ao despertarmos a inveja alheia poderemos ser altamente prejudicados por essa energia ruim. Ok, qualquer energia negativa é ruim, mas, mesmo diante dessa verdade inconteste, eu me pergunto: será mesmo a inveja alheia assim tão prejudicial? Desconfio cada vez mais que o maior prejudicado pela danada é o próprio invejoso e não o ser invejado.

E digo isso porque, infelizmente, o mundo está cheio de invejosos. E eu adoro observá-los. Você já reparou que quanto mais a pessoa reclama da própria vida, pior a vida dela fica? Quanto mais a pessoa acha a vida dos outros perfeita, maiores ficam as imperfeições de sua própria vida? E você não pense que isso é coisa de novela. Quem é que nunca ouviu um amigo reclamar por não ter toda a grana e poder daquele colega de trabalho? Já reparou como a maioria das pessoas adora descobrir os podres dos chiques, ricos e famosos? Como se dissessem: "Tá vendo? A mulher é rica, poderosa, artista, famosa, mas só se apaixona pelos caras errados!" Ou ainda: "Pobre menina rica! Tão cheia de dinheiro, mas não pode nem a ir à esquina sem ser perseguida por um paparazzo!"

E o mais irônico é que são justamente essas pessoas invejosas que gastam seu suado dinheirinho colaborando com a indústria de fofocas. Eles sequer se dão conta de que poderiam usar muito melhor todo esse tempo, energia e dinheiro em benefício próprio. Em busca de sua própria felicidade e fortuna. Mas não. Preferem investir seu tempo olhando pela janela, espiando pelo buraco da fechadura. Vivem a vida como eternos voyeurs. Big Brothers de plantão. Assim, realmente, só terão motivos para se lamuriar, ora bolas! O que, aliás, é muito mais cômodo do que arregaçar as mangas e pôr a mão na massa.

Mas, enfim, o que quero mesmo dizer é que a inveja pode até fazer mal a quem é invejado, mas, com certeza, afeta muito mais o ser invejante. Porque todos os seres são únicos. Semelhanças e coincidências à parte, somos todos diferentes, especiais na nossa singularidade. Alguém sempre terá alguma coisa que o outro não tem. É a lei da vida. Ninguém pode ter tudo. E quando digo "ter", não me refiro à bens materiais, que fique bem claro. Estou falando das características próprias de cada um. Por mais que o dinheiro não traga felicidade e, como dizem alguns, “mande buscar”, ele não compra o caráter, não compra uma consciência tranquila, uma mente desencanada, uma leveza de espírito. Não compra inteligência, humor, ironia. Não compra amor. Ele pode até comprar o botox, silicone, cirurgia redutora, escovas progressivas e drenagens linfáticas, mas nunca vai conseguir comprar aquele remelexo sensual de quadril que é natural da mulata, aquela levantada de sobrancelha que só algumas pessoas têm, aquele charme maduro típico de Sean Connery, Richard Gere e de tantos outros Zé Ninguéns por aí. Não adianta querer ser igual ao outro. Melhor ou pior. Como já disse, em outro texto, só posso ser melhor do que eu mesma e, enquanto isso não entrar na minha cabeça, não conseguirei ser feliz.

Por isso, quando ouço as pessoas reclamando: "Ah, se eu tivesse o dinheiro da Xuxa..." "Ah, se eu tivesse a beleza da Gisele Bundchen" "Ah, se eu tivesse o marido da vizinha", me vem à cabeça sempre o mesmo pensamento: "Ah, se elas soubessem o que eu sei." Porque eu posso não ter o dinheiro da Xuxa, a beleza da Gisele Bundchen, nem o marido da vizinha, mas com certeza sou feliz. Porque aprendi a me amar como sou e, sendo assim, aproveito cada centímetro cúbico de tudo que tenho de bom. E, afinal, o que a gente leva da vida é o que a gente faz com a vida e não o que a vida faz com a gente.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Realidade ou ficção? Eis a questão!

Quando fui à editora, assinar o contrato do meu primeiro livro, conheci uma pessoa muito interessante. Escritora às vésperas de lançar seu primeiro livro, assinando seu contrato no mesmo dia que eu. A burocracia acabou rapidamente e eu, com minha mania de puxar papo, perguntei sobre o livro dela. Nós começamos a conversar. Foi aí que descobrimos inúmeras afinidades, começando pela faculdade na qual estudamos e passando pelas mesmas manias de poetisa, como gostar de escrever à noite, dormir sempre com um bloquinho e caneta à cabeceira – e por vezes acordar para escrever – além da mania de beber vinho e escrever compulsivamente. Mas estou aqui para falar de outra afinidade com a autora. E, como estou apenas começando a freqüentar eventos poéticos, imagino que muito em breve encontrarei mais poetas que passaram pelo mesmo que nós. Falo da dificuldade dos nossos leitores de separarem a ficção da realidade.

Foi nesse dia que percebi como é comum os leitores confundirem aquilo que escrevemos com o que estamos sentindo ou vivendo no momento. É impressionante! Parece até aquela confusão que muita gente faz ao se deparar, na rua, com um ator que está vivendo um papel de vilão na televisão. Como se ele fosse o personagem 24 horas do dia. Só que aí tem um diferencial. Confundir as dores e alegrias dos poemas e contos com as dores do escritor é quase o mesmo que confundir, por exemplo, todas as características de todos os personagens de novela com as características reais de seu autor. Já pensou que loucura? Se fosse assim, os autores de novela seriam as pessoas mais vividas do mundo, não é mesmo? Como é que podem ter vivenciado tantas experiências diferentes num só corpo, numa só vida?

Outro dia, ri muito ao ouvir a pergunta de um amigo que lera meu conto chamado “Juliana e o coelho”, que fala de um casal formado por uma mulher que usa vibrador e um homem que usa uma boneca inflável. Muito sem graça, e já pedindo desculpas antecipadamente por sua curiosidade, ele indagou: “Mariana, o seu marido tem uma boneca inflável?” Gente! O que responder a uma pergunta dessas? Pausa para rir. Recobrado o fôlego, expliquei: “Nem tudo o que a gente escreve é a nossa realidade.” Às vezes a gente inventa, às vezes a gente recria uma história de um conhecido, às vezes a gente até escreve o que nos aconteceu, mas, na maioria das vezes, a gente realiza na escrita tudo aquilo que a gente nunca viveu, afinal, escrever é isso. É realizar o que não vivenciamos na prática, é protesto, auto-análise, é brincar de faz de conta. E como eu escrevo muita coisa erótica, confesso: essa não foi a primeira vez em que fui indagada sobre a coerência da minha escrita com a minha realidade.

É mesmo muito bom saber que nosso texto desperta tanto a curiosidade alheia. E mais: quando se fala de erotismo, gera-se ainda muita polêmica e hipocrisia. E eu adoro isso! Principalmente porque é exatamente nessas ocasiões em que me sinto tocando quem mais pode se beneficiar com a minha literatura, se é que alguém pode se beneficiar com ela... Como as pessoas que ficaram chocadas com minha tristeza em alguns poemas ou com minha devassidão e pornografia em outros escritos. Essas são as mesmas pessoas que são assombradas por dores terríveis e/ou perseguidas por sonhos eróticos altamente “pecaminosos”, na sua visão curta do que seja pecado. Afinal, quem tem tanto medo de tristeza, no fundo, é triste. Quem é alegre o tempo todo não se deixa abater por um poema triste, não é mesmo? Aliás, quem é alegre o tempo todo? Quem tem pena do poeta que sofre não tem noção de como é ele próprio o digno de pena. Reconhecer o próprio sofrimento e transformá-lo em poesia não é sofrer mais. É lidar com a vida de maneira madura. É saber se olhar no espelho. Botar para fora os fantasmas. Trazer à luz da consciência aquilo que estava preso e escondido na escuridão do inconsciente. Quantas vezes eu não sofri com algum sentimento até ser curada pela poesia? Foram inúmeras as ocasiões em que eu, apenas depois de escrever um poema, consegui enxergar finalmente os meus traumas, medos e problemas a serem solucionados. É como se o poema me acendesse uma luz no fim do túnel. E o mesmo acontece na escrita erótica. Quando escrevemos sobre sexo, acendemos nossa libido. Botamos fogo no coração. E isso é ótimo! Quem tem uma vida sexual ativa é mais feliz. E mais: quando escrevemos sobre sexo, sem querer, abrimos algumas portas do inconsciente. Despertamos desejos internos até então desconhecidos, vontades que estavam escondidas, com medo de se mostrarem... Por isso, meu conselho para quem se comove demais com as dores do poeta ou para quem fica chocado com as palavras dele sobre sexo, é um só: escreva também. Você vai ver como é bom. Se preferir, não precisa mostrar pra ninguém. Tudo bem. O que importa é você escrever com o coração, botar pra fora os próprios fantasmas e depois ler com calma e analisar racionalmente o que foi escrito. Você vai se sentir muito mais livre e vai se surpreender com o que sua mente é capaz de fazer. Palavra de escritora!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Comente meus textos no Blog Bairros.com do Globo Online

Gente,

Hoje, além da matéria comigo no jornal impresso, por volta de 15h30, foi publicado um post com trechos do meu livro, no blog Bairros.com do Globo Online. Por favor, entrem lá e deixem seus comentários no final do texto!

O post, cujo título é "Primeiras impressões de uma moradora da Barra", está no link:
http://oglobo.globo.com/rio/bairros/

Bjs,
Mariana

Olha eu aí!

Matéria publicada hoje, no encarte Barra, do Jornal O Globo.
Para ler, clique na imagem acima.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Acesse o Bairros.com (Barra) do Globo Online e leia meu texto por lá!

Aquela historinha do "Segredo", que diz que para se conquistar alguma coisa é preciso acreditar com todas as forças, desejar do fundo d'alma e visualizar constantemente a concretização do sonho pode até ser verdade. Mas tem um detalhe: pelo menos pra mim, quando as coisas boas enfim acontecem, parece que eu estou sonhando e a tal da auto-confiança (não tem mais hífen???) some. Por um momento, esqueço de todo o esforço que empreguei no projeto e de todo o tempo que tentei me convencer de que eu merecia aquilo tudo mesmo. E as únicas sensações que sobram é de surpresa e incredulidade. “Será que mereço tudo isso?”, costumo me perguntar.

Foi assim quando eu conheci o meu marido, único amor da minha vida, foi assim com alguns estágios e empregos maravilhosos que conquistei e foi assim quando eu soube que a editora queria publicar o meu livro. Agora, aconteceu de novo. O Jornal O Globo Barra vai publicar uma matéria comigo neste domingo. É muito estranho posar pra fotos quando se está acostumado a se esconder de câmeras de TV o tempo todo, sempre fotografando as estrelas, ou seja, os outros. E mais estranho ainda ser entrevistada por uma repórter quando se está acostumada a ser a repórter que arranca tudo de seus entrevistados.

E tem mais! O Globo Online também publicará um trecho do meu “Sorria, você está na Barra” no blog do Bairros.com - Barra. Não sei qual o tamanho da matéria e qual exatamente o trecho de meu texto que será publicado, e já fico imaginando apenas uma pequena notinha no jornal. Não importa. O que interessa é que mal eu lancei o meu primeiro livro e já estou conseguindo espaço na imprensa com ele. Ótimo sinal, não é mesmo?

Por isso, a vocês que lêem (não tem mais acento??) o meu blog porque gostam dos meus textos, porque gostam de mim, ou simplesmente porque não tem coisa melhor pra fazer (brincadeirinha), faço um pedido: a partir de amanhã (18 de janeiro), entrem no Blog Bairros.com - Barra do Globo Online, e, quando encontrarem trechos dos meus textos, por favor deixem comentários pedindo mais. Eles devem publicar ou o “Um dia na piscina” ou o “Fazendo amizades” ou o “O chevette entra no condomínio”, que também estão publicados no meu livro e no blog "Sorria, você está na Barra".

Ah! Também acabei de inaugurar um espaço (aqui do lado direito) para quem quiser se comunicar comigo e quiser se cadastrar (ou se descadastrar) da minha Newsletter semanal, que muitas vezes é só quizenal ou até mensal, na verdade. E lancei uma enquete sobre o que vocês preferem ler aqui no blog. Nossa, estou me achando, né mesmo? Mas tudo bem, eu posso. Esse é meu espaço. Só entra quem quiser. Lancei esse espaço de contato porque já recebi alguns comentários super elogiosos de pessoas que eu não conheço e fiquei curiosíssima para conhecê-los, doida para avisá-los das novidades. Até uma xará, de nome e sobrenome, me achou por aqui. Quero manter contato, viu Mariana? Que nome lindo você tem!

Então chega de papo. Por favor entrem lá no Bairros.com - Barra a partir de amanhã e votem na enquete ao lado, ok?

Para comprar o meu livro, clique aqui. Semana que vem ele também estará sendo vendido em livrarias da Barra. Eu aviso aqui assim que souber onde!

Beijos e até logo,
Mariana.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Roubou o rim e o coração do marido e foi para cama com outro

Sempre quando penso que já ouvi falar de tudo nessa vida, uma nova loucura ou barbaridade vem e me estapeia a cara. Isso, levando em conta que tento esquecer, diariamente, todas aquelas atrocidades unânimes, que de tão recorrentes, já nem me espantam mais. Como o conflito em Gaza e os ex-namorados assassinando suas ex-companheiras, só pra citar dois tipos de maldade. Pois nessa manhã, já acordei assustada com o tal do bareback. De noite, foi a infame notícia do marido traído que quer a bagatela de um milhão e meio de dólares para compensar a ingratidão da ex-mulher.

Do bareback eu falo depois. Primeiro, conversemos sobre a atitude do médico de Long Island. O nome dele é Richard Batista. Quando estava casado, foi magnânimo e doou um de seus rins para salvar a vida da amada Dawnell Batista. Maravilha. Já depois que ela cansou do sujeito, botou-lhe um belo par de chifres e pediu a separação, o ex-marido choramingou na justiça, argumentando que ela ficou com o rim dele e ao invés de lhe pagar com gratidão, lhe traiu e pediu o divórcio! E por isso, coitado, ele tem direito a uma compensação financeira de um milhão e meio de dólares. Será que eu entendi direito? Então quer dizer que dinheiro e riqueza costuram um coração despedaçado? É esse o remédio indicado para cornos???!!

Já o bareback, pra quem não sabe, é uma espécie de roleta-russa sexual. E se você pensou que esta é uma nova modalidade pornográfica, aí vai o aviso: não se trata de enfiar o cano do revólver em orifícios sensíveis. Não. O negócio é ser convidado para festinhas privê, onde todo mundo se atira ao prazer da luxúria. Quem perde o jogo - ou será que ganha, na visão torpe desses doidos? - é aquele que leva para casa a bala premiada, ou seja, o vírus do HIV. Sim, os lunáticos brincam com a vida pelo prazer da aventura de transar com desconhecidos sem saber se vão ou não se infectar com a doença fatal.

Diante disso tudo, eu até ri quando li outra notícia, sobre o livro que será lançado em fevereiro, nos Estados Unidos. “Toy monster: the big, bad world of Mattel” entrega o “estranho” comportamento sexual do criador da Barbie. Segundo o autor Jerry Oppenheimer, Jack Ryan é um monstro porque participava de swing e “tinha uma necessidade maníaca por gratificação sexual”. E então a matéria cita uma das “manias” do designer da Mattel, revelada por Gwen Florea, a responsável por fazer a voz da Barbie em uma linha de bonecas falantes: “Ele uma vez disse que gostava que eu fosse alta porque gostava de enfiar o nariz em meus seios quando me abraçava.” E o livro diz mais: Jack adorava ter clones humanos da Barbie povoando as orgias que ele promovia em sua mansão em Bel-Air. Por que será que o livro, que nem foi lançado ainda, já está causando tanta polêmica? Casa de swing e tara por bonecas não é nada! Num mundo em que tem gente se excitando com a possibilidade de morrer de AIDS, isso é fichinha, não é mesmo?

Depois, quem escreve poemas eróticos, como eu, ainda é taxado de doido. Ai, ai...

Meu livro já está à venda! Leia o release.