segunda-feira, 14 de julho de 2008

Na calada da noite (mini-conto)

Ela foi acordada por um barulho na casa. Parecia ter alguém por ali. Ela quase podia ouvir a respiração do intruso. Lentamente, e embriagada de sono, levantou-se da cama e se espreguiçou com prazer. Mas então se lembrou: tinha que desvendar a origem do som invasivo. Empurrou a porta do quarto do casal e se esgueirou pelo corredor escuro. Pela visão que tinha da sala, ficou com a impressão de que a televisão estava ligada. E realmente estava. Foi aí que ela se desabalou a correr em direção ao sofá. E sentou ao lado da menina, que assistia a um filme. Assim, poderia ganhar mais uns cafunés antes de pegar no sono mais uma vez. "Como é bom ser cachorra, adotada por uma família tão carinhosa como essa", pensou a vira-lata, antes de dormir de novo.

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